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Porta de guarda-roupa pode ser a chave para solucionar Caso Cauane

Polícia se concentra em detalhes para entender o que aconteceu a Cauane

Foto de Cauane Zavolski Martins

Cauane foi vista pela última vez em 29 de janeiro de 2022 / Foto: Arquivo Pessoal

A 13ª Subdivisão Policial informou ter localizado uma ossada que pode ser de Cauane Zavolski Martins, a jovem de 20 anos desaparecida desde o dia 29 de janeiro de 2022. O material foi encontrado em uma mata no Distrito de Itaiacoca, área rural distante do Centro de Ponta Grossa., na tarde de sexta-feira (11).

No curso da investigação, uma porta de guarda-roupa pode ter sido a chave para a identificação dos envolvidos na morte de Cauane, a localização de seu corpo e a elucidação de como os fatos ocorreram. Veja o que já se sabe sobre o Caso Cauane.

Caso Cauane

A assistente de cabeleireira, Cauane Zavolski Martins, fez um lanche com a família em uma petiscaria próxima ao Supermercado Ponto Verde, na Vila 31 de Março, Bairro Neves. Era final da noite de 28 de janeiro, também uma sexta-feira.

Com ela estavam a mãe, a irmã, o cunhado e quatro crianças. A mãe de Cauane, Claudineia Regina Zavolski, relatou que a família foi embora e Cauane permaneceu na petiscaria com amigos (segundo a polícia, um amigo e um namorado).

As ligações

No início da madrugada do dia 29, às 0h21, a jovem ligou para a irmã e as duas conversaram sobre amenidades. Às 0h38 ela ligou para a mãe, mas ela estava dirigindo e não pôde atender. Depois disso, a mãe retornou a ligação, que Cauane atendeu e não foi mais localizada.

O veículo

Na semana seguinte, já totalmente envolvida nas investigações sobre o desaparecimento, a Polícia Civil informou que câmeras de monitoramento registraram o instante em que Cauane havia entrado em um automóvel, antes de 1h da madrugada de sábado (29). A investigação apontou que os telefonemas para a mãe e a irmã teriam sido feitos por Cauane, depois de entrar no carro.

Dois amigos

Para não prejudicar as investigações, a Polícia Civil divulgou informações aos poucos para a imprensa. O delegado Fernando Maurício Jasinski, que preside o inquérito, relatou ao Diário dos Campos e portal dcmais, em 10 de fevereiro, saber que Cauane entrou no veículo junto com dois amigos. Ambos foram identificados e ouvidos pelas autoridades.

Cada um deu a sua versão dos fatos e os investigadores identificaram diversas contradições, especialmente sobre o que teriam feito após saírem da petiscaria.

Cauane está morta

Passados 33 dias do desaparecimento de Cauane, sua irmã, Cíntia Zavolski, declarou ter convicção de que a jovem estava morta. A informação foi divulgada por Cíntia em perfil das redes sociais, e estaria embasada em informações fornecidas pela Polícia Civil à família. Até então a família fazia buscas diárias por matas e arroios da região.

O delegado Fernando Jasinski não acrescentou dados na ocasião. “Seguramos algumas informações para esclarecermos melhor, pois é uma situação bastante atípica. Temos que ter certa cautela para entender de fato o que aconteceu”, declarou Jasinski dias antes.

O disparo

No curso da investigação, a equipe policial obteve uma declaração segundo a qual Cauane teria, supostamente, efetuado um disparo contra a própria cabeça, usando a arma de um dos indivíduos suspeitos de envolvimento no caso.

Nesse relato, havia a informação de que o projétil disparado teria transfixado a cabeça de Cauane, passando por um guarda-roupa, atravessando o móvel e atingindo uma parede. Como já possuía a identidade dos suspeitos, as equipes focaram as investigações neles.

Os imóveis

Os depoimentos apontavam que Cauane havia morrido no interior de um apartamento no Bairro Uvaranas, imóvel de propriedade de um dos envolvidos. Também sugeriam que eles teriam ocultado o corpo em seguida.

De posse de informações sobre outros crimes nos quais os suspeitos estariam envolvidos, a Polícia Civil obteve, após célere deferimento pelo Poder Judiciário, o mandado de busca e apreensão em residência no Bairro Boa Vista.

No imóvel, foram encontrados os dois suspeitos e localizado e apreendido o veículo no qual Cauane teria embarcado na última vez em que foi vista.

Delegado Fernando Maurício Jasinski / Foto: Arquivo DC

O guarda-roupa

Em buscas na residência, o delegado Fernando Maurício Jasinski, com apoio da equipes, teve a atenção despertada por um guarda-roupa que estava desmontado no interior do imóvel no Bairro Boa Vista.

Imediatamente, recordou da declaração segundo a qual o projétil que matou Cauane havia danificado um guarda-roupa e atingido uma parede. “No curso da busca, todas as equipes participaram, e foi localizado o guarda-roupa desmontado nesta residência, ocasião em que foi olhado peça por peça, sendo localizado, em uma das portas, o respectivo orifício”, detalhou Jasinski à reportagem do DC, acrescentando que o orifício estava tampado com massa corrida.

O apartamento

Na sequência, a equipe se dirigiu ao apartamento em que Cauane poderia estar. No local foi encontrada grande quantidade de drogas (925 gramas de cocaína e 820 gramas de crack, além de balança de precisão), e foi constatada, na parede de um dos quartos, um orifício compatível com disparo de arma de fogo, também tampado com massa corrida e vestígios compatíveis com sangue. Periciado, o veículo apreendido também apresentou resquícios de sangue.

As prisões

Dessa forma, no dia 14 de fevereiro, os suspeitos, de 31 e 39 anos, foram autuados em flagrante pela prática de tráfico de drogas, posse ilegal de arma de fogo e organização criminosa. Suas prisões foram convertidas em prisões preventivas pelo crime relacionado ao desaparecimento e morte de Cauane.

Polícia realizou buscas e encontrou ossada em Itaiacoca / Foto: Divulgação

A ossada

Enquanto os indivíduos estão presos preventivamente, novas informações apontaram que o corpo de Cauane teria sido enterrado em uma cova no Distrito de Itaiacoca. Conforme apurado pela reportagem, uma ossada foi encontrada em uma cova de cerca de 60 centímetros de profundidade, em área de mata afastada.

Não havia vestes ou detalhes que confirmassem a identidade da vítima, e o crânio também não teria sido localizado, mas já há informações ainda não confirmadas oficialmente de que foi encontrado. Se o crânio de fato já está com a Criminalística, a identificação pode ser feita de forma mais rápia por meio da arcada dentária. Caso contrário, a identificação deverá ser feita por exames de DNA, em Curitiba.

O inquérito

Apesar de o caso já possuir vários elementos, a Polícia Civil segue com as investigações avançadas para apurar os fatos que podem configurar crime de homicídio e ocultação de cadáver. Ainda não foi divulgado pela polícia quais teriam sido as circunstância do disparo da arma de fogo, nem se a morte de Cauane teria sido algo premeditado. Mas uma coisa é certa: a versão de suicídio não se sustenta.

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