Em quatro dias, a cidade de Telêmaco Borba, nos Campos Gerais, registrou três assassinatos. A onda de homicídios no município de 80 mil habitantes, que é conhecido pelos casos violentos, ainda não se equipara ao momento que Ponta Grossa vive na segurança pública. Há três anos, as duas cidades mais violentas da região tinham trimestres com número de homicídios quase semelhantes. Já em 2022, há significativa discrepância entre os dois locais.
Se em 2019 Ponta Grossa tinha apenas uma morte violenta a mais no primeiro trimestre, neste ano a quantidade saltou para 18. Foram 26 homicídios contabilizados pela reportagem em PG, enquanto a Polícia Civil de Telêmaco totalizou 8 assassinatos até o dia 31 de março.
Mesmo com população maior, Ponta Grossa conseguia em anos anteriores números próximos ao de Telêmaco no quesito violência. Entretanto, a partir da pandemia e da disputa entre facções criminosas pelo mercado da droga, PG entrou em ‘ebulição’.
Em proporção ao número de habitantes, o índice de Telêmaco ainda foi superior ao de PG: lá, no primeiro trimestre foi 1 homicídio a cada 10 mil habitantes. Aqui, foi 0,73 assassinatos para cada 10 mil ponta-grossenses.
Fontes de Telêmaco Borba ouvidas pela reportagem comentam que as oito mortes do primeiro trimestre são consideradas elevadas no panorama atual. Projeta-se que Telêmaco tenha mais mortes em 2022 do que em 2021, quando 34 óbitos violentos foram contabilizados nas estatísticas da Segurança Pública.
Só entre os dias 31 de março e 3 de abril foram três homicídios. No mesmo período, Ponta Grossa não teve registro oficial de mortes violentas. A mais recente de PG foi no dia 23 de março, no Condomínio Real.