em

Guerra de facções chega ao Centro de Ponta Grossa

Foto: José Aldinan

Ponta Grossa chegou nesta terça-feira (19) a 33 assassinatos em 2022. É a 22ª execução do ano. Desta vez, a criminalidade não fez vítima na periferia e durante a madrugada. O homicídio pôde ser presenciado por quem circulava pelo Parque Ambiental, no Centro da cidade, às 14h. Foi nesse horário que moradores e trabalhadores da região ouviram os disparos de uma pistola.

O corpo de Wilton César da Silva Pereira, que faria 45 anos no próximo dia 28, ficou no gramado ao lado da pista de corrida e caminhada. Alguns metros à frente crianças brincavam no parquinho acompanhada pelos pais e adolescentes jogavam ‘ping pong’ nas mesas de tênis instaladas no parque.

Foi esse o cenário escolhido pelo autor para executar Wilton. O homem estava sentado ao lado da esposa à sombra de uma árvore. Sem temer a luz do dia, o atirador se aproximou, teria até cumprimentado o casal, voltou e disparou à queima-roupa. Pelo menos seis estojos de munição ficaram caídos próximos ao corpo. Wilton, que residia no Lagoa Dourada, morreu na hora. Ao lado dele também ficou uma cesta básica fechada que o casal carregava.

A esposa correu para pedir ajuda. Ela não foi atingida. O autor do crime fugiu. Informações extraoficiais dão conta de que ele havia chegado à região central na garupa de uma moto. Foi deixado ali só para executar Wilton. É provável que o mesmo veículo tenha auxiliado na fuga.

Local incomum

Dentre as mais de 20 execuções do ano, conforme levantamento da reportagem, esta é a primeira no Centro de Ponta Grossa. Situação que juntou dezenas de curiosos perto da faixa de isolamento colocada pela Polícia Militar. Entre eles jovens estudantes, idosos e crianças. Uma senhora ouviu os tiros e achou que era alguma comemoração do Exército. Só depois se deu conta do que havia ocorrido.

Uma trabalhadora da região comentou nas redes sociais sobre o perigo da região central e sobre o que ouviu na tarde de ontem. “Ouvi tiros no parque e fiquei assustada, depois de um tempo fui ver a aglomeração e o que estava acontecendo. Não era o que eu esperava para hoje [terça], não”, desabafou.

Parte da população também questiona a presença das forças de segurança na região, visto que o homicídio desta terça aconteceu a 200 metros do módulo policial que fica no Parque Ambiental.

Facções

Além do modo de operação para a morte de Wilton e de passagens da vítima pela polícia, há outro indicativo que liga o crime desta terça à guerra de facções pelo mercado da droga. Um vídeo que circula nas redes sociais e que teria sido gravado no ano passado mostra Wilton com duas pistolas na mão. Na gravação, ele faz ameaças e diz pertencer a um grupo criminoso. “Aqui não é comédia, não. Aqui é o Primeiro Comando da Capital”, diz Wilton no vídeo.

VEJA NO DCMAIS: Parque Ambiental tem morte por arma de fogo nesta tarde

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.