O Tribunal do Júri de Ponta Grossa condenou, nessa terça-feira (22), um homem a 20 anos de 2 meses de reclusão pelo homicídio e ocultação do cadáver da empresária Marlene Acácio. O crime ocorreu em dezembro de 2020, o corpo foi achado somente em março de 2021. A investigação policial apontou que Marlene havia sido a mentora intelectual do roubo de um cofre, e que esse crime culminou em sua morte. No entanto, ninguém nunca informou o que tinha no cofre roubado no Caso Marlene. Relembre os fatos:
O cofre roubado no Caso Marlene
Um misterioso cofre, cujo conteúdo jamais foi revelado, ficava sob responsabilidade de diferentes pessoas e percorria diferentes endereços de tempos em tempos. Marlene havia sido uma das pessoas a manter a guarda do cofre consigo, até que o objeto, seguindo a rotina de não ficar apenas com uma pessoa, passou para as mãos de outros.
Sabendo da existência do cofre, Marlene teria planejado o assalto, e se aliou com uma ex-funcionária e o marido dessa funcionária, para afinar os detalhes do crime, que se efetivou em 17 de dezembro de 2020.
O crime
No dia 17 de dezembro, por volta das 11h30, dois homens encapuzados invadiram residência no Bairro Uvaranas. Renderam o casal de moradores, chamando as vítimas pelo nome, e exigindo o cofre. O objeto teria sido levado em seguida.
Última imagem
Por volta das 16h do mesmo dia, Marlene se encontrou com o casal com quem planejou o crime. Uma câmera de segurança mostrou o momento em que ela saía no carro em que estava os dois. Possivelmente, ela havia saído para ter acesso à sua parte referente ao conteúdo do cofre. Porém, ela nunca mais foi vista viva após esse dia. Seu corpo só foi localizado em março de 2021, na região rural do Distrito de Uvaia, próximo a objetos pessoais.
Prisão dos suspeitos
O casal (ex-funcionária e marido) foi preso em 25 de fevereiro de 2021. Havia provas suficientes do envolvimento deles no caso. Marlene, inclusive, havia tomado café da manhã com o casal, na residência deles, no Bairro Jardim Carvalho. Segundo a polícia, a ex-funcionária sabia de todo o plano, mas não participou ativamente do roubo. O homem seria um dos encapuzados que invadiu a residência de Uvaranas. O outro suspeito de autoria não chegou a ser identificado. Eles não informaram o paradeiro do cofre.
E o cofre?
As vítimas de roubo do cofre nunca fizeram boletim de ocorrência, afirmando apenas temer pela própria vida quando a história viesse à tona. Foi somente em janeiro de 2021 que a polícia soube do assalto, já que ele não constava em nenhum registro.
Conforme apurado, o cofre havia sido roubado no mesmo dia em que Marlene foi vista pela última vez. Segundo a polícia, o cofre pertencia a um parente em afinidade da empresária.
Nem os acusados, nem as vítimas, chegaram a informar qual era o conteúdo, por que o objeto mudava de endereço e trocava de mãos, nem qual foi seu paradeiro após o roubo. Supostamente, havia no cofre algo de grande valor e que, possivelmente, seja de fruto de atividade ilegal. No entanto, os policiais desconhecem o que estava guardado.