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Border collie que se perdeu em PG viaja de ônibus e vai parar em Itararé

Nalla, uma border collie de 8 anos, se perdeu no dia 19 de junho. Foi achada quatro meses depois, a 170 quilômetros de casa

Foto: Divulgação

A frase segundo a qual “a vida imita a arte” é um lugar comum surrado, mas nesta terça-feira (19) é uma coleira apropriada para iniciar um passeio pela história de Nalla, uma border collie de 8 anos que se encontrava desaparecida há exatamente quatro meses.

Se fosse filme, o roteiro recheado de tristezas, incertezas, buscas incansáveis e final super hiper feliz, começaria em um sábado chuvoso, nos fundos da Igreja São José, no bairro Órfãs, em Ponta Grossa.

A cena final seria locada a mais de 170 km ao Norte, em uma casa no bairro Cruzeiro, em Itararé, na divisa entre o Paraná e São Paulo, com Nalla freneticamente cheirando e lambendo a emocionada Jackeline Alessandra Silva, que retribuía o carinho da velha companheira com abraços apertados. (clique aqui para ver o vídeo de Nalla brincando com Jackeline após seu retorno para Ponta Grossa)

Sumiu dia 19 de junho

Mas aí, a arte é que estaria imitando a realidade… Nos dias que se seguiram àquele sábado de festa familiar, por ser aniversário de uma das sobrinhas de Jackeline, o portão da casa nova, escolhida justamente por ter mais espaço para Nalla e seus dois filhotes, ficou aberto para facilitar o ir e vir dos convidados.

A border collie, que nunca passava do limite imaginário definido pelo portão, saiu. Um dos seus filhotes, o Jowe, seguiu a mãe. Tão logo percebeu que os dois haviam saído, Jackeline, os filhos, o irmão e os amigos iniciaram as buscas, que se estenderam até às 4 horas da madrugada e nada. Na manhã de domingo, 20 de junho, Jowe voltou. Nalla não.

As buscas se intensificaram. E, até então, jamais pararam.

Quatro meses depois

Cartazes foram espalhados por mercados, bares, murais escolares, carros, postes e onde mais fosse possível colar um xerox em sulfite, com duas fotos de Nalla, uma oferta de recompensa e um número de telefone. As redes sociais e os grupos de mensagens reproduziram, mas foi a partir do cartaz na padaria da esquina que o dcmais soube da história e publicou, 45 dias depois do sumiço da bela e dócil pet.

A border collie teria sido vista em muitos lugares. Cada dia em um bairro diferente. As informações enchiam Jackeline de esperança, mas logo davam lugar a uma, duas, três… novas decepções. Até que uma ligação de Itararé, na noite desta segunda-feira (18), mudou tudo, tudo mesmo, até uma eventual descrença na espécie humana. Do outro lado da linha, estava Maria Eliza, uma cozinheira de 25 anos, que o acaso a tornou “Anjo de Nalla”, como Jackeline anotou no contato do seu celular.

Border collie deu a patinha

Maria Eliza contou que no último domingo (17) retornava de uma excursão quando, por volta das 22h30, o ônibus parou no Restaurante e Churrascaria Estrela de Prata, no Trevo Vendrami, para o pessoal fazer o lanche. A breve entrevista que segue, nesta tarde, foi por WhatsApp:

– Ela estava na porta do restaurante toda suja e com medo.

– A Jackeline contou que a Nalla deu a patinha para você.

– Isso mesmo, como se estivesse pedindo ajuda. Como eu queria muito uma cachorra border collie achei que fosse um sinal. Porém, chegando em casa, vi que ela chorava muito. Foi aí que comecei a procurar por cachorros perdidos em Ponta Grossa.

No início da tarde desta terça-feira (19), Maria Eliza e Jackeline conversaram novamente. Foi quando um vídeo enviado de Itararé confirmou que a border collie que entrou sozinha no ônibus é mesmo a Nalla. “Vou amanhã, amanhã vou buscar a Nalla”, disse Jackeline, em um tom de voz explodindo em uma felicidade contagiante.

Conversa entre Jackeline e Maria Eliza

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