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Tibagi se consolida como capital nacional do trigo

Foto Gilson Abreu/AEN

Ninguém produz mais trigo no Paraná e no Brasil do que Tibagi, cidade com cerca de 20,6 mil habitantes. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), o município colheu 111 mil toneladas em 2020, em uma área de 30 mil hectares. Ou pouco mais de 15% de toda a produção paranaense de trigo.

Impulsionado pelo cereal, Tibagi passou a figurar no seleto grupo dos bilionários no somatório das riquezas produzidas pelo campo – conjunto formado por  municípios que alcançaram valores superiores a R$ 1 bilhão no Valor Bruto da Produção Agropecuária (VPB). A cidade alcançou R$ 1,26 bilhão.

O trabalho da turma de Tibagi isola o Paraná como maior produtor de trigo do País. Foram 3,2 milhões de toneladas no ano passado, pouco mais da metade de tudo o que foi colhido no País – 6,2 milhões de toneladas. Com isso, dentre o faturamento das principais culturas locais, o trigo foi o que teve o maior incremento no Valor Bruto da Produção (VPB), passando de R$ 1,92 bilhão para R$ 3,59 bilhões de 2019 para 2020.

O crescimento real de 87% foi impulsionado pela produção 39% superior aliada aos preços valorizados, cuja média da saca passou de R$ 46,93 para R$ 67,99. “Por causa do dólar alto, o mercado está mesmo muito bom. Não podemos reclamar”, afirma o produtor Fredy Nicolaas Biersteker.

Nicolaas acrescenta: Tudo começou com meu avô, um holandês que veio para o Brasil e se estabeleceu em Tibagi”. Hoje ele toca uma plantação de 160 hectares, que rende cerca de 400 toneladas de trigo por ano.

Combinação favorável

A combinação de clima, altitude, fertilidade e sanidade faz do trigo produzido em Tibagi, nos Campos Gerais, referência para o País. Quem diz isso tem know-how no assunto, é considerado por muitos uma espécie de catedrático da região. Guilherme Frederico de Geus Filho mal nasceu e já começou a percorrer os campos de trigo da propriedade.

Conta, com orgulho, que ainda menino de tudo já acompanhava o pai na lavoura. E se divertia entre os ramos dourados. Criou tanto amor pelo cereal que fez disso a sua profissão. Engenheiro agrônomo desde 2010, ele toca o dia a dia da fazenda, sempre sob a supervisão e os olhos atentos do patriarca.

A cada inverno, reserva um espaço entre 600 e 800 hectares para a cultura, o que rende uma colheita de até 3.600 toneladas, integralmente comercializada com a cooperativa Frísia. “É o que temos de mais forte na época de frio. E Tibagi é ainda mais privilegiada, com uma combinação perfeita de fatores que favorecem o trigo plantado aqui”, afirma ele, destacando que os diferentes negócios do grupo empregam 20 pessoas na região.

Projeção 2021

Rendimento que segue alto. A projeção da Seab aponta para 3,7 milhões de toneladas, meio milhão a mais ao que foi colhido em 2020. “Em que pese a pandemia e as condições climáticas não tão favoráveis, a produção agropecuária paranaense foi bastante razoável e os preços acompanharam boa parte da evolução das principais commodities do mundo, o que trouxe renda para os agricultores e esse crescimento expressivo”, destaca o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.

“O Paraná tem ciência, conhecimento e materiais que nos permitem apoiar as culturas de inverno, reduzir nossa dependência de importação, reduzir os custos e aumentar a renda”, acrescenta.

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