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Seis variantes do coronavírus foram identificadas no Paraná

O Paraná identificou seis variantes do SARS-CoV-2 em circulação no estado após análise de 35 amostras encaminhadas ao laboratório da Fiocruz, no Rio de Janeiro. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a identificação de uma variante é feita através de sequenciamento do genoma completo do vírus. “Essa técnica somente está disponível para os laboratórios de referência nacional: IAL (SP), Fiocruz (RJ) e IEC (PA). O Paraná conta com o apoio da Fiocruz, referência que atende a nossa região”, informou.

De acordo com a Sesa, o Laboratório Central do Estado (Lacen/PR) envia mensalmente à Fiocruz 10 amostras de pacientes positivos para SARS-CoV-2, procurando selecionar pacientes com diversidade de idades, manifestações clínicas e de diferentes cidades e regiões, para garantir ampla cobertura epidemiológica. “No momento estamos enviando também as amostras de pacientes positivos vindos do Amazonas ao Paraná e isso será feito enquanto a Fiocruz tiver recursos para processar as amostras”, destacou a Secretaria Estadual.

Conforme disponibilizado pela Fiocruz, as seis variantes encontradas no Paraná foram identificadas como B1; B1.1; B.1.1.33; B.1.3 e P2. A doutora em Ciências Farmacêuticas, Elisângela Gueiber Montes, professora dos cursos de Medicina e Farmácia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), explicou que a pandemia no Brasil ocorreu a partir de duas linhagens do vírus denominadas B.1.1.28 e B.1.1.33. Essas circulam de forma dominante na maior parte dos estados do país, incluindo no Paraná.

Outras linhagens surgiram posteriormente ao longo de 2020 e foram identificadas recentemente. “No entanto, até então, nenhuma delas trouxe maiores preocupações por parte da comunidade científica por não terem se mostrado com maior potencial de transmissibilidade ou agravamento do quadro dos pacientes”, afirmou a pesquisadora. Acrescentou que apesar de não sofrerem mutações importantes e, não serem novas cepas mutantes, as variantes encontradas no estado são as responsáveis pela maior parte dos óbitos tanto no Paraná quanto no Brasil por serem as que mais circulam.

Preocupante

A professora da UEPG destacou que entre as variantes que surgiram no Brasil, uma delas trouxe maior preocupação e foi readequada a uma nova linhagem do vírus. “A chamada linhagem P.1 e que vem se mostrando dominante na cidade de Manaus, parecendo ter uma importante relação com a maior transmissibilidade da doença, bem como a possibilidade de trazer uma maior gravidade à doença. Diversos municípios do país, incluindo do Paraná, já estão investigando a presença dessa variante no estado.

Brasil

Os demonstrativos de linhagens e genomas do SARS-CoV-2 foram publicados no site da Fiocruz (http://www.genomahcov.fiocruz.br/tabela-de-dados/) e apresentam os números de variantes encontradas em cada estado do Brasil. São Paulo foi o que apresentou maior número de linhagens do vírus, totalizando 26, a partir da análise de 850 amostras. Em seguida aparece o Rio de Janeiro com 16 variantes e 499 amostras analisadas. Em terceiro lugar aparecem os estados de Minas Gerais e Paraíba com 11 variantes do vírus encontradas a partir da análise de 81 amostras, em ambos os estados.

Como ocorrem as mutações virais?

As alterações no código genético dos vírus, conforme destacou Elisangela Gueiber, aparecem quando eles se multiplicam, ou seja, fazem uma cópia de si mesmos. “São, na verdade, erros que acontecem durante o processo chamado de transcrição do código genético, que no caso do SARS-CoV-2 é o RNA. A maioria das mutações, contudo, é irrelevante e algumas são até prejudiciais à sobrevivência do vírus, no entanto, outras podem se tornar convenientes à maior sobrevivência do vírus entre os indivíduos e no ambiente. Entre estas modificações estão a maior capacidade de transmissão e formas de escapar da nossa resposta imune”, explicou.

Quais as formas de se prevenir das novas variantes?

A prevenção contra todas as variantes se dá com um grande número de pessoas vacinadas. “Tendo um grande patamar de pessoas vacinadas, não damos ao vírus a possibilidade de continuar circulando em grande quantidade e diminuímos a possibilidade de mutações. Até o momento, as análises realizadas mostram que as vacinas em uso continuam mostrando eficácia contra essas variantes. Além da vacina, os cuidados são os mesmos que já vínhamos tomando até agora, ou seja, lavagem constante das mãos, uso de máscaras, distanciamento social e evitar aglomerações”, afirmou a pesquisadora Elisângela Gueiber Montes.

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