Com uma média de participação de quase 10% na produção de grãos paranaenses o núcleo regional de Ponta Grossa é destaque na agricultura nacional devido aos seus bons resultados e técnicas aplicadas e atualizadas ao longo do tempo – é o que acredita o secretário estadual de agricultura e abastecimento (Seab), Norberto Ortigara.
“A região lidera ou fica em segundo lugar em quase todas as produtividades. É uma área desigual, que tem várias realidades, mas pratica uma das melhores agriculturas do país”, afirmou Ortigara em entrevista ao jornal Diário dos Campos. Segundo ele, a previsão é de que este ano-safra seja finalizado com a soma de 3,6 milhões de toneladas de grãos.
O secretário estadual avaliou as principais estimativas produtivas da região, destacando uma participação importante na produção de cevada (20,6% do total paranaense) e de aveia – 37% da aveia branca do estado é de responsabilidade do núcleo, que também produz 21% de toda a aveia preta do Paraná.
“Os grãos também demonstram a riqueza do campo regional: a soma das três safras de feijão representa 24,5% do estado; a primeira de milho 20%; a soja, com seus mais de 2 milhões de toneladas também é a maior produção paranaense e 13% do trigo é da região”, ressaltou Ortigara.
Para ele, a região soube aplicar conhecimento e tecnologia ao longo do tempo. “Alguns desses municípios têm áreas dobradas, difíceis, além de grandes áreas de madeira – que também é importante para a economia. Mas, mesmo não tendo as melhores terras do mundo, os produtores souberam tratar de modo adequado, resultando em bons desempenhos”, analisou o gestor.
Os municípios considerados como o núcleo regional de Ponta Grossa na Seab são Castro, Piraí do Sul, Arapoti, Jaguariaíva, Sengés, Ortigueira,Palmeira, Porto Amazonas, São João do Triunfo, Carambeí, Ipiranga, Ivaí, Imbaú, Reserva, Telêmaco Borba,Tibagi e Ventania.
Incentivos
Quando questionado sobre as políticas desenvolvidas pelo Governo do Estado para o incentivo agrícola da região dos Campos Gerais o secretário Norberto Ortigara destaca, principalmente, o apoio aos pequenos produtores.
“Os menores produtores e agroindústrias têm sido nosso foco. Temos uma visão de apoio a todos que empreendem, mas particularmente a quem se esforça para produzir com mais qualidade, agregar mais valor – ainda que em pequena escala, com mercados institucionais ou não”, destaca ele, lembrando de mercados como compras da agricultura familiar para alimentação escolar e restaurantes populares, por exemplo.
“Estamos pouco a pouco ingressando com parcerias nas cooperativas e associações para fortalecer o capital social e a capacidade de produzir, processar”, diz Ortigara. O gestor também destaca outros pontos, como o desenvolvimento de uma visão mais ampla do manejo de solos e água, sanidade agropecuária e manejo de pragas e doenças, além da busca do governo estadual pela manutenção e adequação das estradas rurais.