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Região deve diminuir produção de feijão devido ao bom momento da soja

Comparada ao ano passado, a safra 2020/2021 devem somar uma área menor voltada ao plantio de feijão para redirecioná-la à soja

(Foto: Arquivo DC)

O Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab) divulgou nesta quarta-feira (26) a primeira estimativa de produção da nova safra 2020/2021, referente à cultura do feijão. A equipe de técnicos do órgão prevê uma queda de quase 10% na área destinada ao plantio do grão na região, o que, junto à perspectiva de redução de 4% na produtividade, pode resultar em uma baixa de 8% na produção do produto que integra diariamente o prato dos brasileiros.

Segundo economista Luiz Alberto Vantroba, que atua no núcleo regional da Seab de Ponta Grossa, serão quase três mil hectares a menos voltados ao feijão, que deve ter a maior parte do seu plantio finalizada até meados de setembro. “Isso se deve à soja: desde o início do ano os preços da soja melhoraram muito ao mesmo tempo em que os do feijão foram caindo. A soja também tem mais liquidez [velocidade em que pode ser convertida em dinheiro] devido à sua venda antecipada”, avalia o economista.

Para ele, juntando isso ao fato de que o feijão é mais sensível às adversidades climáticas e tem mais probabilidade de frustrar o produtor do que a soja, haverá essa migração de área – que, porém, não deve impactar tanto no total da soja, mas principalmente individualmente os produtores. Isso porque no ano passado, por exemplo, a soja ocupou 555 mil hectares, então esses 3 mil hectares a menos de feijão representam 0,5% deste total.

“Não temos mais fronteiras agrícolas, pois praticamente todos os terrenos com condições de plantio foram explorados”, lembra Vantroba. Na avaliação do economista, a substituição de um grão pelo outro só não foi maior devido àqueles produtores que optam por fazer uma segunda safra; neste caso, plantam a primeira até no máximo 15 de setembro para iniciar a segunda entre dezembro e janeiro.

Tendências de mercado

Comparando as cotações das sacas de 60 kg do feijão carioca e da soja industrial registrados esta quarta-feira (26) com as cotações de exatamente seis cinco antes, por exemplo, percebe-se uma redução de quase 21% no preço médio do feijão e uma alta de 30% no valor de comercialização da soja. Os dados são do Sistema de Informação de mercado Agrícola (Sima), da Seab.

O presidente do Sindicato Rural de Ponta Grossa, Gustavo Ribas Netto, reforça que os produtores acompanham este cenário quando vão organizar as suas lavouras. “O Sindicato discute o que está acontecendo, quais são as tendências de mercado e como vamos fazer as safras. Os produtores viram os valores de soja elevados e sabem que o feijão tem um histórico bom, mas que também tem maior risco, então acaba indo para onde tem uma margem de segurança maior: a soja”, explica o representante.

Região deve seguir como a maior produtora de feijão do Paraná

O núcleo regional de Ponta Grossa é o maior produtor estadual do primeiro ciclo de feijão desde a safra 2016/2017, título ocupado por Curitiba até 2015/2016. Para o ciclo 2020/2021 a estimativa do Deral é que as dezoito cidades que compõem o núcleo regional de Ponta Grossa somem cerca de 72.450 toneladas.

Na primeira safra de 2019/2020 o grão bateu recorde de produtividade regional em pelo menos dez anos, alcançando a marca de 2.390 quilos por hectare, mas para esta próxima safra a expectativa é de que o rendimento seja 4% menor: 2.300 kg/ha. Ainda segundo o Deral, a área deve somar 30 mil hectares.

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