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Região de Ponta Grossa começa a utilizar cimento com embalagem que dissolve na mistura

Votorantim e Klabin lançaram o novo produto recentemente e já possuem clientes na região dos Campos Gerais

Foto do saco de cimento que dissolve, chamado de dispersível, desenvolvido pela Klabin e pela Votorantim
O saco fechado é colocado inteiro na betoneira porque a embalagem é feita com papel 100% dispersível (Foto: Divulgação)

Há pouco mais de um mês foi lançada no país a primeira a embalagem hidrodispersível de cimento. Ela pode ser integrada à preparação do concreto, agilizando a produção com o uso direto na betoneira de eixo horizontal: basta colocar o saco fechado na betoneira, acrescentar areia, brita, água e misturar até que a embalagem se disperse e se integre ao produto final.

A novidade foi desenvolvida nos últimos dois anos pela Klabin, maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil e uma das maiores empresas da região dos Campos Gerais, e pela Votorantim Cimentos, maior produtora de cimento do Brasil e sétima do mundo.

O projeto é um piloto realizado na fábrica da Votorantim de Rio Branco do Sul, cidade localizada na região metropolitana de Curitiba e que fica a 140 km de Ponta Grossa, e aguarda validação para ser distribuído a outras regiões do país onde a empresa produz o mesmo cimento com a embalagem comum – Vidal Ramos (SC), Salto (SP), Cantagalo (RJ) Sobradinho (DF) e Laranjeiras (SE).

“Esse produto não será distribuído por meio de lojas de material de construção. Por se tratar de um produto técnico, ele é fornecido diretamente aos clientes industriais que fazem artefatos de concreto”, afirma a Votorantim.

Na prática

Um dos primeiros clientes brasileiros a receber o produto é da região dos Campos Gerais. A Bakk Artefatos, de Arapoti, recebeu alguns testes de laboratório e, assim que o produto foi disponibilizado para uso, começou a utilizá-lo.

“A primeira remessa chegou no dia 30 de dezembro. O concreto não fica com nenhum diferença de qualidade nem de resistência e o produto é muito bom porque não gera resíduo. Quem utiliza cimento ensacado todo final de dia tem que descartar as embalagens: mandar pra alguma reciclagem, mas quase ninguém pega, ou incinerar”, disse Luciano Ferreira de Barros, proprietário da empresa, à reportagem do DC.

O empresário consome cerca de 600 a 700 sacos da embalagem hidrodispersível por mês, que utiliza nas linhas de concreto que utilizam água – necessária para dissolver o material. “Tendo disponível pretendo usar só ele. Ele é R$ 0,30 mais caro que o outro, mas vale a pena no final das contas”, afirma.

Foto: Divulgação

Aspectos técnicos

A embalagem se dispersa durante o contato com a água e com o atrito causado pelas britas na mistura realizada na betoneira do tipo eixo horizontal (as de eixo vertical não utilizam água suficiente para a dispersão da embalagem), e se transforma em fibras minúsculas que são incorporadas ao concreto, sem alterar em nada a qualidade do produto. A fabricante afirma que comprovou por meio de vários testes que o papel não impacta a resistência do concreto, nem em aspectos de manuseio, armazenamento, etc. O produto mantém as mesmas características e qualidade do produto com embalagem comum, porém com um ganho de produtividade e ambiental. Estima-se que, inicialmente, 2 mil sacos/mês embalagens deixem de ser descartados com essa nova tecnologia.

Assim como os demais produtos desenvolvidos pela Klabin, a embalagem é produzida com matéria-prima renovável, proveniente de florestas plantadas e certificadas. “A nova embalagem tem garantia de alta performance e fácil manuseio, com facilidade para o uso em concretos plásticos (com slump maior ou igual a dez) e em betoneiras de eixo horizontal ou inclinado. A sacaria hidrodispersível não é indicada para uso em concreto seco ou em betoneiras de eixo vertical”, afirma a indústria.

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