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Questões ambientais devem influenciar negociações para acordo entre Mercosul e UE

O Mercosul e a União Europeia (UE) estão em processo de negociação para ratificar um amplo acordo de livre comércio. Entretanto, as discussões em torno das questões ambientais se tornaram um ponto de atrito entre as partes. O tema, faz parte da programação do 7º Fórum de Agricultura da América do Sul, nos dias 5 e 6 de setembro, em Curitiba (PR), será abordado pelo diretor da divisão de agricultura e commodities da Organização Mundial do Comércio (OMC), Edwini Kessie, e a assessora da UE nas negociações do acordo, Emily Rees. Eles devem avaliar os impactos e como isso pode influenciar o agronegócio sulamericano.

Ao analisar esse cenário, O Edwini Kessie, da OMC, destaca que vários países-membros acreditam que a proteção ambiental e a liberação do comércio não são mutuamente excludentes, e, ambas podem ser buscadas de forma simultânea. “A meu ver, o debate envolve pontos não ligados ao comércio e que podem influenciar a ratificação ou promulgação do acordo entre os blocos”, destaca.

Além disso, o dirigente da OMC faz um alerta para o risco de deterioração do ambiente comercial que pode comprometer o crescimento global, afetando as exportações até mesmo do Mercosul. Para Kessie, na agricultura, uma situação como esta pode aumentar as incertezas no mercado e disparar uma série de apoio e medidas protecionistas adicionais aos agricultores, impactando negativamente as economias mais eficientes na área agrícola, como os países do Mercosul.

Para a economista franco-britânica, Emily Rees, o acordo comercial entre os blocos, além de representar um ganho para o Brasil do ponto de vista comercial e econômico, também significa uma oportunidade de o país apresentar o seu agronegócio, profissional e sustentável, ao mundo. “O acordo abre muitas oportunidades para os setores agrícolas, em particular, acessarem o mercado europeu com condições favoráveis, seja por meio de uma eliminação tarifária, como será o caso para o suco de laranja, cachaça ou café solúvel, pela expansão de cotas ou pela diminuição de tarifas intracotas para as commodities agrícolas”, analisa a especialista.

O engenheiro agrônomo Kleber Santos, coordenador do CCEAGRO, a Coordenadoria de Câmaras Especializadas de Agronomia do Sistema Confea/Creas, do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) destaca o papel das engenharias e da agronomia no protagonismo na próxima década. “A busca constante da eficiência, inovação e competitividade estão diretamente relacionadas ao exercício profissional”, explica Santos. De acordo com o dirigente, é preciso garantir competitividade na base desse processo, com tecnologia e sustentabilidade, econômica-social e ambiental, como forma de garantir um posicionamento estratégico do Brasil no mercado internacional. Na avaliação de engenheiro agrônomo, esse é um caminho que passa, necessariamente, pela qualificação e orientação profissional, de ponta a ponta dessa extensa cadeia produtiva.

Programação

O evento, que nesta edição tem como tema “Da produção ao Mercado – Global e Sustentável”, acontece no Museu Oscar Niemeyer (MON). Na ocasião, serão realizadas análises das variáveis que podem influenciar ou até mesmo definir os rumos comerciais dos próximos anos, como inovação, logística e tecnologia. Além das negociações entre os blocos econômicos, a atual guerra comercial entre China e Estados Unidos também estará em pauta.

Serviço:

7º Fórum de Agricultura da América do Sul – “Da Produção ao Mercado – Global e Sustentável”
Data: 05 e 06 de setembro de 2019
Local: Museu Oscar Niemeyer (MON)
Endereço: Rua Marechal Hermes, 999, Centro Cívico – Curitiba (PR)
Inscrições: www.agrooutlook.com.br

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