Um estudo realizado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) revelou que a produtividade média brasileira de soja mais que dobrou nos últimos 50 anos. O estudo foi desenvolvido no programa de pós-graduação em Fitotecnia, da Esalq/USP.
“É estratégico compreender os fatores que contribuíram para esse aumento, pois a cultura ainda tem potencial de mais que dobrar os patamares médios atuais de produtividade”, comenta o engenheiro agrônomo Renan Caldas Umburanas, autor de um estudo que revela como as cultivares brasileiras de soja foram modificadas para o aumento da produtividade ao longo desse período.
Segundo o ele, ao longo do tempo novas práticas agrícolas e tecnologias foram desenvolvidas, bem como novos cultivares foram disponibilizados aos agricultores. “Entretanto, ainda há pouca informação sobre qual a contribuição relativa desses fatores para tal aumento da produtividade”, revela Renan.
Para mapear esse contexto o trabalho avaliou as mudanças morfofisiológicas ocorridas em uma série histórica de cultivares brasileiros de soja, e a relação dessas mudanças com o aumento da produtividade nas últimas cinco décadas. “Os cultivares foram avaliados a campo e também em casa de vegetação. Foram caracterizados atributos radiculares, bioquímicos, fisiológicos e componentes de produtividade”, conta o autor do trabalho.
De acordo com o pesquisador, entre os resultados obtidos destaca-se que os cultivares modernos são mais resistentes ao acamamento, o que permitiu maior estabelecimento de plantas por área, maior interceptação de luz durante a granação, e por consequência, maior produção de sementes por área, que foi o principal componente relacionado ao aumento da produtividade.
“Os resultados também revelaram potenciais atributos a ser melhorados em cultivares futuras visando maior produtividade, dentre eles o potencial de fixação biológica de nitrogênio, bem como atributos fisiológicos, principalmente”, conclui.