Que a inflação vem batendo recordes não é novidade, mas esse fato se torna ainda mais aparente quando se compara a variação de gastos com aqueles itens que pesam diariamente no bolso. Um desses exemplos é o preço da carne, que no Paraná variou em média 15% em 2021. A maior alta, como já imaginada, é a da bovina, que subiu 18,4%. Porém, o frango não fica atrás, com +17,6%; em contrapartida, a carne de porco diminuiu 8%.
Os números foram calculados pela reportagem do jornal Diário dos Campos e portal dcmais com base no levantamento mensal do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento. O estudo leva em conta os preços médios nominais de varejo no estado e lista 11 cortes de carne bovina, 3 de suína e 4 de frango, e aqui foram utilizados dados de janeiro a dezembro.
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Apesar das altas, todas foram menores que as registradas em 2020, ano em que a inflação começou a acelerar por conta da pandemia. Lá, a média geral foi de +20,8%, sendo +21,2% para a carne bovina e +12,% para a de frango. Já a suína foi a que mais encareceu naquele momento +24,5%), o que demonstra que o barateamento de 2021 foi apenas uma compensação parcial.
Comparando as médias de preços dessas proteínas animais em janeiro de 2020, antes da pandemia, com o último mês computado (dezembro de 2021), se tem que o preço da carne bovina no Paraná subiu de R$ 24,07 para R$ 34,51, o do frango de R$ 8,63 para R$ 11,82 e a carne suína de R$ 8,63 para R$ 11,82.
Carne bovina
Nos cortes de carne bovina considerados no levantamento do Deral os que mais encareceram em 2021 foram o mignon (+33,85%) e o coxão mole (+33,3%). Na outra ponta está o acém, que foi a única “carne vermelha” que ficou mais barata em 2021, mas com uma redução nominal (sem o desconto da inflação) de alguns centavos e apenas -0,08%.
Carne suína
Os três cortes de carne de porco que integram o estudo ficaram mais baratos de janeiro a dezembro de 2021, mas todos fecharam o ano custando mais que no início de 2020. A maior queda foi a do pernil com osso (-10,3%) e a menor do lombo (-7,24%).
Frango
Já na carne de frango nenhum dos quatro cortes apresentou redução de preços. A maior alta foi a do peito (+31,2%) e a menos da coxa e sobrecoxa (+5,5%).
Inflação deve ficar acima de 10%
A inflação oficial de 2021, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), só deve ser divulgada na próxima semana, mas a estimativa do Banco Central é de que ela fique acima de 10%. A título comparativo, a de 2020 foi de 4,52% e a de 2019, 4,31%.
Até novembro o IBGE calculou que a inflação acumulada do ano já era de 9,26%, e a do acumulado de 12 meses de 10,74% – a maior desde novembro de 2003.
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial, fechou 2021 em 10,42%. Essa é a maior taxa para um ano desde 2015 (10,71%). Em 2020, o IPCA-15 havia ficado em 4,23% – valor menor que o oficial, de 4,52%.