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Mais da metade dos estudantes paranaenses não comparecem ao Enem

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

* Por Felipe Liedmann e Estadão Conteúdo

O Paraná foi um dos estados com maior índice de alunos ausentes no Enem 2020. Dos 233.215 inscritos para a prova, que começou a ser aplicada neste domingo (17), 121.637 não compareceram aos locais, o que representa 52,2% de abstenções. O estado ficou acima da média nacional de ausentes: 51,5%.

A reportagem do DC questionou o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) – autarquia vinculada ao Ministério da Educação (MEC) – sobre o índice de não comparecimento na cidade de Ponta Grossa. Via assessoria, o órgão informou que não tem os dados referentes por município.

Em Ponta Grossa, 7.985 estudantes se inscreveram para o Enem 2020. O número foi maior se comparado com as inscrições realizadas em 2019, que totalizaram 6.691.

No comparativo por presença de alunos inscritos em cada estado brasileiro, o Paraná teve um dos menores índices, com 47,8% (111.578 estudantes). Foi o 12° neste quesito. Ficaram abaixo Amapá, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.

O Paraná também foi um dos locais que registrou situações embaraçosas. Em Curitiba, estudantes chegaram a registrar boletim de ocorrência pois foram impedidos de fazer a prova por conta da lotação nas salas de aplicação. Ao todo, o estado tinha 8.436 salas de prova para os 233.215 inscritos – o que daria média de quase 28 alunos por sala.

O Inep informou que vai analisar os relatos e que nenhum participante será prejudicado. “Qualquer participante que se sentiu prejudicado, em qualquer lugar do Brasil, pode, a partir de 25 de janeiro, solicitar a reaplicação em 23 e 24 de fevereiro”, disse o presidente do órgão, Alexandre Lopes.

Com ausência recorde, MEC avalia que Enem “foi um sucesso”

No primeiro dia da aplicação das provas, 2.842.332 de participantes não compareceram às salas de aula em todo o país. Apesar da taxa recorde de ausência entre todas as edições da avaliação, o Ministério da Educação considerou um sucesso a edição do exame realizada em meio à pandemia de covid-19. Até então, o maior índice de faltas havia sido registrado em 2009, com 37,7%. Na última edição do Enem, de 2019, 23% dos inscritos não compareceram aos locais de prova.

O chefe do MEC, Milton Ribeiro, atribui o não comparecimento ao medo da contaminação pelo novo coronavírus e também a um trabalho da “mídia” contra o exame que é a porta de entrada para o Ensino Superior no Brasil.

“Qualificamos como sucesso porque, no meio de uma crise, numa pandemia, nós conseguirmos mobilizar milhões de pessoas de maneira segura, para mim, foi um sucesso. Estamos em situação de calamidade. Ainda por cima temos uma questão política de mídia contra, falando e criticando a realização do exame. Nesse ponto, acredito que foi um sucesso. Para os alunos que puderam fazer a prova, foi um sucesso”, disse.

Foram cerca de 20 ações na Justiça tentando adiar a realização do Enem por conta dos riscos de aglomerações na pandemia. O governo ganhou a maioria. Não houve provas em apenas 58 cidades brasileiras. A maioria no Amazonas, onde a saúde pública entrou em colapso.

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