Nesta quinta-feira (3) inicia o prazo da janela partidária, data em que efetivamente iniciam as movimentações mais intensas para a corrida eleitoral de 2022. Isso porque é durante a janela partidária que começam a se definirem algumas candidaturas e a ganharem corpo algumas alianças políticas.
A chamada janela partidária, prazo em que deputados estaduais e federais podem trocar de partido político sem perder mandato por infidelidade partidária vai até 1° de abril. Além disso, 2 de abril é a data-limite para que todos os candidatos deferida pelo partido pelo qual pretendem concorrer. Assim, este é o prazo para que os ex-prefeitos Marcelo Rangel e Jocelito Canto, por exemplo, caso pretendam mesmo disputar as eleições deste ano, têm para definir em que partido vão se filiar.
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E, neste período, a expectativa é que haja uma significativa mudança na composição partidária da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Isso porque a tendência é que boa parte dos deputados mudem de partido. Neste sentido, o próprio presidente da Alep, o deputado estadual Ademar Traiano, já adiantou à reportagem que deixará o PSDB e se filiará ao PSD, partido do governador Ratinho Junior. Embora não tenha informado os motivos, a mudança pode ser explicada pelo fato de que o PSDB lançou pré-candidatura própria ao governo do Estado – o ex-prefeito de Guarapuava Cesar Silvestri Filho. Traiano, por sua vez, integrante da base governista na Assembleia, deve manter apoio à candidatura de Ratinho à reeleição. Neste mesmo sentido, há a possibilidade do deputado Paulo Litro, ex-presidente do PSDB no Paraná também deixar o partido e filiar-se ao PSD. A deputada Cristina Silvestri, mãe de Cesar Silvestri Filho, por sua vez, pode deixar o Cidadania, e partir para o PSDB. Nos bastidores, se cogita que o partido tucano também pode ganhar o reforço da deputada de Ponta Grossa Mabel Canto, que estaria de saída do PSC, partido que atualmente integra a base do governo Ratinho Junior.
Quem também deve mudar de partido é Requião Filho; isso porque o MDB tende a apoiar a candidatura de Ratinho Junior no Estado. Requião Filho deve acompanhar o pai, o ex-governador Roberto Requião, que recentemente deixou o MDB depois que perdeu a convenção para a presidência do diretório estadual. Requião deve se filiar em um partido de centro-esquerda e disputar o governo do estado.
Federação pode impactar bancada do PSB
Uma das principais mudanças na composição partidária da Alep pode ser em relação ao PSB, que hoje conta com cinco deputados – Luiz Claudio Romanelli, Artagão Filho, Tiago Amaral, Alexandre Curi e Jonas Guimarães. Isso porque o PSB discute a formação de uma Federação Partidária de esquerda com o PT, PCdoB e PV. Uma vez constituída a federação, em âmbito nacional, o candidato a presidente pela federação seria Luiz Inácio Lula da Silva e o candidato a governador, possivelmente, Roberto Requião. Como a bancada estadual do PSB atualmente está alinhada com o governador Ratinho Junior, a efetivação da federação pode levar à desfiliação dos deputados do PSB, em direção a partidos como o PSD ou o PP.
O que leva à mudança?
Entre os fatores que levam os deputados a mudar de partido estão o fim das coligações nas eleições proporcionais; a cláusula de barreira – que institui que cada partido ou federação tenha que alcançar uma percentagem de votos para ter seu funcionamento pleno e tenha acesso ao Fundo Partidário; e ainda a tendência que candidatos procurem os mesmos partidos que seus candidatos nas eleições majoritárias ou aqueles que apoiem esses candidatos.
Prazo não se aplica para vereadores
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), só pode usufruir da janela partidária a pessoa eleita que esteja no término do mandato vigente – no caso de 2022, deputados estaduais e federais. Ou seja, vereadores só podem migrar de partido na janela destinada às eleições municipais. Para mudar de partido antes do prazo, somente por justa causa: criação de uma nova sigla; fim ou fusão do partido; desvio do programa partidário ou grave discriminação pessoal.
Em Ponta Grossa, são pelo menos 20 possíveis candidatos nas eleições deste ano. Destes, pelo menos três vereadores são apontados como pré-candidatos: Geraldo Stocco (PSB), Dr. Zeca (União Brasil) e Julio Kuller (MDB) estão entre os vereadores que podem disputar as eleiçõesAssim, caso efetivem as candidaturas, deverão concorrer pelos partidos nos quais já são filiados.
A janela partidária, por sua vez, não se aplica a cargos majoritários, ou seja, prefeitos, governadores, senadores e o presidente da República podem mudar de legenda a qualquer momento.
Câmara Federal terá alterações
A janela partidária também trará alterações nas bancadas da Câmara Federal. Entre os representantes da região, a tendência é que o deputado federal Aliel Machado tente reeleição pelo PSB, ou caso mude de partido, procure alguma sigla de ideologia centro-esquerda. Já o deputado federal Sandro Alex deve permanecer no PSD, onde a tendência é que dispute a reeleição. Já a deputada Aline Sleutjes, atualmente filiada ao PSL, já antecipou que deixará a legenda. Pré-candidata ao Senado, ela ainda não decidiu em qual partido deve filiar-se, mas será sigla que apoie o presidente Jair Bolsonaro.
Atualmente o partido União Brasil, resultante da fusão do PSL com o DEM, conta atualmente com a maior bancada, de 81 integrantes. Antes da fusão, o PSL tinha a maior bancada, com 55 deputados. O segundo lugar permanece com o PT, com 53 deputados. Nas eleições de 2018, 30 partidos elegeram representantes para a Câmara dos Deputados. Com a fusão recente e outras incorporações e trocas de legenda, o número de siglas caiu para 23.