em

IBGE prevê safra recorde de grãos em 2020

O terceiro prognóstico para a safra 2020 mostra que a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas aponta um recorde de 243,2 milhões de toneladas, 0,7% acima da safra de 2019, o que representa 1,7 milhão de toneladas a mais. As estimativas iniciais apontam uma redução de 7,2% na produção do milho e um crescimento de 7,8% na produção da soja.

Estimativa de DEZEMBRO para 2019241,5 milhões de toneladas
Variação dezembro 2019/ novembro 2019(0,2%) 582,4 mil toneladas
Variação safra 2019/ safra 2018(6,6%) 15 milhões de toneladas
Estimativa de DEZEMBRO para 2020243,2 milhões de toneladas
Variação safra 2020/ safra 2019(0,7%) 1,7 milhão de toneladas

Analisando-se os cinco produtos de maior importância para a próxima safra, apenas o milho 2ª safra apresentou estimativa de produção menor que em 2019, de 10,4%. Apresentam variação positiva o algodão herbáceo (2,7%), o feijão 1ª safra (3,3%), o arroz (0,9%), o milho 1ª safra (1,8%) e a soja (7,8%). As estimativas das produções de soja e algodão são recordes da série histórica do IBGE.

Já a 12ª estimativa de 2019 totalizou 241,5 milhões de toneladas, 6,6% superior à obtida em 2018 (226,5 milhões de toneladas), aumento de 15,0 milhões de toneladas. O recorde anterior da produção foi em 2017, quando foram produzidas 238,4 milhões de toneladas. A estimativa da produção da soja em 2019 foi de 113,5 milhões de toneladas, enquanto o milho (100,6 milhões de toneladas) e algodão (6,9 milhões de toneladas) tiveram uma estimativa de produção recorde. A estimativa de produção de arroz foi de 10,3 milhões de toneladas.

As informações são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA).

IBGE/ Divulgação

A estimativa da área colhida para 2019 foi de 63,2 milhões de hectares, apresentando crescimento de 3,7% frente à área colhida em 2018, aumento de 2,3 milhões de hectares. O arroz, o milho e a soja representaram 92,8% da estimativa da produção e responderam por 87,0% da área colhida. Em relação a 2018, houve acréscimo de 7,0% na área do milho, de 2,6% na área da soja e de 41,9% para a área do algodão herbáceo e redução de 9,3% na área de arroz. Quanto à produção, ocorreram quedas de 3,7% para a soja e de 12,6% para o arroz e acréscimos de 23,6% para o milho e de 39,8% para o algodão herbáceo.

Regionalmente, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 111,5 milhões de toneladas (46,2%); Sul, 77,2 milhões de toneladas (32,0%); Sudeste, 23,7 milhões de toneladas (9,8%); Nordeste, 19,2 milhões de toneladas (7,9%) e Norte, 9,8 milhões de toneladas (4,1%). Todas as Grandes Regiões, apresentaram aumento na produção: Centro-Oeste (10,4%), Região Norte (9,7%), Região Centro-Oeste (10,4%), Região Sul (3,6%), Região Nordeste (0,4%) Região Sudeste (3,7%). O Mato Grosso lidera como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 28,0%, seguido pelo Paraná (14,9%), Rio Grande do Sul (14,3%), Goiás (10,0%), Mato Grosso do Sul (7,9%) e Minas Gerais (6,0%), que, somados, representaram 81,1% do total nacional.

Para 2020, terceiro prognóstico estima safra 0,7% maior que a de 2019

Neste terceiro prognóstico, a safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas em 2020 deve ser recorde e somar 243,2 milhões de toneladas, com crescimento de 1 607 008 toneladas (0,7%) em relação a 2019. As estimativas iniciais apontam uma redução de 7,2% na produção do milho e um crescimento de 7,8% na produção da soja. Dos cinco produtos de maior importância para a próxima safra, apenas o milho 2ª safra apresentou estimativa de produção menor que em 2019, de 10,4%. Apresentam variação positiva o algodão herbáceo (2,7%), o feijão 1ª safra (3,3%), o arroz (0,9%), o milho 1ª safra (1,8%) e a soja (7,8%).

FEIJÃO (em grão) – A terceira estimativa da produção de feijão para a safra 2020 é de 3,0 milhões de toneladas, declínio de 2,8% em relação à safra colhida em 2019. A 1ª safra deve produzir 1,3 milhão de toneladas; a 2ª safra uma produção de 1,2 milhão de toneladas e a 3ª safra, 468,0 mil toneladas. A área a ser colhida na safra de verão (1ª safra) deve alcançar 1,6 milhão de hectares, crescimento de 2,1% em relação a 2019, enquanto que o rendimento médio, de 852 kg/ha, deve apresentar um aumento de 1,2%.

MILHO (em grão) – O terceiro prognóstico de milho em grão para 2020 estima uma produção de 93,3 milhões de toneladas, declínio de 7,2% em relação à safra 2019, o que representa uma redução de 7,3 milhões de toneladas. Mantém-se a tendência de um maior volume de produção do milho em 2ª safra, devendo esta safra participar com 71,7% da produção nacional para 2020, contra 28,3% de participação da 1ª safra de milho. Para a 1ª safra de milho, a previsão é de 26,5 milhões de toneladas, 1,8% maior em relação ao mesmo período de 2019. Aguarda-se crescimento de 0,5% na área a ser plantada, crescimento de 1,9% na área a ser colhida e retração de 0,1% no rendimento médio. Para o milho 2ª safra, a estimativa da produção é de 66,8 milhões de toneladas, declínio de 10,4% em relação a 2019.

SOJA (em grão) – A terceira estimativa de produção para 2019 soma 122,4 milhões de toneladas, crescimento de 7,8% em relação a 2019, sendo a presente informação, novo recorde da série histórica do IBGE. A área a ser plantada com a leguminosa é de 36,6 milhões de hectares, aumento de 2,2%. O rendimento médio estimado é de 3 340 kg/ha, aumento de 5,4%, ressaltando que, na safra da leguminosa, em 2019, houve excesso de calor e restrições de chuvas no Paraná, em São Paulo e no Mato Grosso do Sul, prejudicando o rendimento médio nacional. Dentre os maiores produtores, o Mato Grosso, que em 2020 deve responder por 26,9% do total a ser produzido pelo País, estima colher 33,0 milhões de toneladas, crescimento de 2,2% em relação a 2019, em decorrência do aumento de 2,2% na área a ser plantada. O Paraná estima produzir 19,8 milhões de toneladas, aumento de 22,6%, enquanto o Rio Grande do Sul estimou uma produção de 19,3 milhões de toneladas, crescimento de 4,2% em relação a 2019. Em relação ao mês anterior, a estimativa para a produção da soja apresenta crescimento de 1,3%, com aumentos da produção estimados pelo Tocantins (2,5%), Maranhão (1,0%), Piauí (16,6%), Minas Gerais (1,0%), São Paulo (14,3%), Paraná (0,1%), Rio Grande do Sul (0,6%), Mato Grosso do Sul (3,8%) e Goiás (2,0%). Dos grandes produtores, apenas a Bahia informou retração na estimativa de produção, sendo de apenas 2,0%.

Destaques da estimativa de dezembro para a safra de 2019

Em dezembro, destacaram-se as variações nas seguintes estimativas de produção, em comparação a novembro: café canephora (1,1% ou 10 415 toneladas), feijão 2ª safra (0,6% ou 6 969 toneladas), sorgo (0,6% ou 14 333 toneladas), milho 2ª safra (0,4% ou 278 362 toneladas), milho 1ª safra (0,3% ou 80 012 toneladas), soja (0,3% ou 320 468 toneladas), cana-de açúcar (0,2% ou 1,0 milhão de toneladas), e algodão herbáceo (0,0% ou 2 876 toneladas). Os destaques negativos foram do trigo (-0,5% ou 26 937 toneladas), laranja (-0,6% ou 106 035 toneladas), arroz (-0,6% ou 65 606 toneladas), café arábica (-0,8% ou 15 710 toneladas), feijão 1ª safra (-0,9% ou 11 666 toneladas), e mandioca (-5,5% ou 1,1 milhão de toneladas).

As variações mais acentuadas nas estimativas das produções ocorreram em São Paulo (264 520 toneladas), no Mato Grosso do Sul (182 614 toneladas), no Pará (98 378 toneladas), em Minas Gerais (62 513 toneladas), na Bahia (49 732 toneladas), em Goiás (38 281 toneladas), no Maranhão (2 407 toneladas), no Rio de Janeiro (2 066 toneladas) no Mato Grosso (1 722 toneladas), na Paraíba (98 toneladas), no Espírito Santo (68 toneladas), em Pernambuco (-483 toneladas), no Ceará (-9 360 toneladas), no Rio Grande do Sul (-52 109 toneladas) e no Tocantins (-58 037 toneladas).

FEIJÃO (em grão) – A produção estimada foi de 3,0 milhões de toneladas, praticamente não havendo alteração em relação ao mês anterior. Em relação à safra de 2018, a produção total de feijão foi 2,2% maior, em decorrência do aumento de 9,2% no rendimento médio, visto que a área plantada foi reduzida em 5,4%. De uma forma geral, o clima em 2019 foi melhor para as lavouras da leguminosa, notadamente para a segunda safra, que comparativamente ao ano anterior, mostrou crescimento de 20,2% para o rendimento médio. A 1ª safra de feijão foi de 1,3 milhão de toneladas. Na Região Nordeste houve declínio de 9,4% na produção frente ao ano anterior. Na Regiões Sudeste e Sul, houve declínio de 19,9% e 18,6%, respectivamente. Os preços do produto na época de plantio estavam relativamente baixos, desestimulando os produtores a cultivarem a leguminosa.

A produção da 2ª safra, de 1,2 milhão de toneladas, foi superior à de 2018 em 16,4%, apesar da retração de 4,2% na área plantada. Diversas Unidades da Federação divulgaram aumento para a estimativa de produção. Os preços praticados na época de plantio eram superiores aos da 1ª safra, o que explica o maior interesse dos produtores em cultivar a leguminosa nesse período, considerado mais seco. Além disso, o clima beneficiou as lavouras quando comparado com 2018. Os estados com maior participação na produção nacional foram: Paraná (31,2%), Minas Gerais (17,2%), Mato Grosso (10,5%) e Bahia (10,1%). Para a 3ª safra de feijão, a previsão é de crescimento de 1,0% na produção em relação à estimativa de novembro, com São Paulo informando uma produção de 103,2 mil toneladas, 4,2% maior que no mês anterior. Em relação ao ano anterior, a produção da 3ª safra, de 588,4 mil toneladas foi 28,8% maior, devendo, esse crescimento, aos preços mais compensadores do produto, que incentivaram os produtores a ampliarem a área plantada e os investimentos nas lavouras.

MILHO (em grão) – Em relação à última informação, a produção cresceu 0,4%, totalizando 100,6 milhões de toneladas, novo recorde de produção da série histórica do IBGE. Em relação ao ano anterior, a produção encontra-se 23,6% maior, havendo incrementos de 15,5% no rendimento médio, de 6,3% na área plantada e de 7,0% na área colhida. Na 1ª safra de milho, a produção alcançou 26,0 milhões de toneladas, acréscimo de 0,3% em relação a informação do mês anterior. Em relação a 2018, a produção foi 0,9% maior, apesar do declínio de 1,6% na área. Preços pouco compensadores, na época da semeadura, e concorrência da soja pelas áreas disponíveis de plantio têm reduzido a produção desta época nos últimos anos. Os produtores têm preferido o plantio do milho de 2ª safra.

Para a 2ª safra, a produção encontra-se em 74,6 milhões de toneladas, 0,4% superior ao mês anterior. Esse volume de produção de milho 2ª safra é recorde da série histórica do IBGE, tendo suplantado em 7,0 milhões de toneladas o da safra de 2017, até então, a maior produção obtida pelo País, quando registrou 67,6 milhões de toneladas. Em decorrência do plantio antecipado da soja, no presente ano agrícola, houve um maior período para a “janela de plantio” do milho. Isso possibilitou menor risco para as lavouras no campo, uma vez que reduziu a probabilidade da ocorrência de períodos secos, durante o ciclo, o que repercutiu positivamente no rendimento médio, estimado para a atual safra com crescimento de 20,9%, devendo alcançar 5 859 kg/ha.

SOJA (em grão) – A produção estimada foi de 113,5 milhões de toneladas, aumento de 0,3% em relação ao mês anterior. A colheita da leguminosa encontra-se concluída na maioria das Unidades da Federação. Em relação ao ano anterior, a produção declinou 3,7%, com reduções mais expressivas na Bahia (-15,0% ou 935,4 mil toneladas), Minas Gerais (-5,0% ou 269,8 mil toneladas), São Paulo (-11,5% ou 392,1 mil toneladas), Paraná (-16,1% ou 3,1 milhões de toneladas), Mato Grosso do Sul (-11,9% ou 1,2 milhão de toneladas) e Goiás (-4,4% ou 495,3 mil toneladas). Embora o plantio tenha adiantado no presente ano agrícola, as lavouras foram prejudicadas pelas restrições de chuvas e elevadas temperaturas ao final do ciclo da cultura nessas Unidades da Federação, o que comprometeu o rendimento médio, que declinou 6,2% em nível nacional. Em contrapartida, houve aumentos relevantes nas produções do Mato Grosso (2,0% ou 642,2 mil toneladas) e do Rio Grande do Sul (5,5% ou 956,6 mil toneladas).

TRIGO (em grão) – O trigo é a principal lavoura de inverno brasileira. A área plantada foi de 2,1 milhões de hectares. Houve queda de 0,5% na produção em relação ao mês anterior, alcançando 5,2 milhões de toneladas, sendo reflexo da redução de 0,9% no rendimento médio. Em dezembro, o Rio Grande do Sul reduziu em 1,3% a produção informada no mês anterior. A produção de 2019 encontra-se 1,4% menor que a de 2018, com declínio de 26,9 mil toneladas. Em 2019, a produção paranaense foi prejudicada pelo excesso de frio, e a ocorrência de geadas, durante o inverno, pegou as lavouras em uma fase fenológica mais adiantada e, portanto, mais sensível. Em relação ao Paraná, o ciclo das lavouras gaúchas atrasa, o que, neste ano, beneficiou o desenvolvimento das lavouras. A produção gaúcha foi estimada em 2,3 milhões de toneladas, aumento de 32,2% em relação a 2018, o que torna o estado o maior produtor nacional em 2018.

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.