O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) preparou uma unidade temática para discutir em detalhes tecnologias de conservação do solo com os produtores que visitarem o Show Rural, evento que será realizado na próxima semana em Cascavel, no Oeste do Paraná.
Em trabalho recentemente publicado, o pesquisador Tiago Santos Telles, do Iapar, estimou em US$ 1,3 bilhão ao ano o custo da perda de cálcio, potássio, e magnésio por erosão do solo em lavouras anuais no Brasil. Na propriedade, estudos do Iapar em parceria com o Instituto Agronômico de Campinas (SP) apuraram que o prejuízo do produtor com a erosão passa de R$ 280 por hectare em apenas um ano. O cálculo considera o custo dos fertilizantes que são levados pela enxurrada em uma área com 24% de cobertura de palhada ou outro tipo de proteção. Em terrenos totalmente descobertos, a conta pode passar de R$ 400 por hectare ao ano, aponta a pesquisadora Graziela Barbosa, do Iapar.
A saída para diminuir o prejuízo é a adoção das práticas conservacionistas já conhecidas pelo produtor. Plantio direto com uso de terraços e rotação de cultivos, com adubos verdes e plantas que permitem alta taxa de cobertura do solo são técnicas com eficiência comprovada no controle da erosão e no aporte de matéria orgânica ao solo, frisa a pesquisadora.
Cobertura
A utilização de plantas para cobertura e adubação verde – como crotalária, mucuna, linhaça, guandu e outras espécies recomendadas pela pesquisa – em sistemas de rotação com as lavouras comerciais beneficia as características químicas, físicas e biológicas do solo.
Segundo Graziela, o uso planejado dessas plantas reduz a infestação de invasoras e melhora a disponibilidade de nutrientes. Elas também contribuem para o aumento da biodiversidade, o que favorece a presença de inimigos naturais que ajudam a diminuir a infestação de pragas, doenças e nematoides nas lavouras comerciais.