Um local ao longo da rodovia que oferta atendimento clínico, atendimento psicológico, corte de cabelo, lanche, higiene e check up de veículos – tudo gratuitamente e voltado àqueles que mais passam tempo no asfalto. Esta é a proposta do Estrada para a Saúde, programa da CCR RodoNorte lançado há 20 anos que, desde então, já atendeu mais de 81 mil caminhoneiros e caminhoneiras nas rodovias que ligam Ponta Grossa a Jaguariaíva e Curitiba a Apucarana.
Idealizado pelo Instituto CCR e executado nos trechos das concessionárias do grupo, o programa atendeu, somente neste ano, mais de 700 caminhoneiros no Centro de Apoio ao Cliente (CAC) de Witmarsum – localizado entre Ponta Grossa e Curitiba, no km 548 da BR 376. No total, cerca de 4 mil serviços foram realizados.
“É um importante suporte para quem está todos os dias na estrada. Nós, da CCR RodoNorte, temos um compromisso não só com a qualidade das rodovias, mas também com a segurança, saúde e bem-estar das pessoas”, destaca Josy Tibério, gerente de Comunicação e Relações Institucionais da CCR RodoNorte.
Saúde integral
O Estrada para a Saúde está na trilha de Saúde Integral do Instituto CCR, um conceito maior de atuação que inclui Saúde Financeira (por meio de iniciativas de empreendedorismo inéditas na categoria), Saúde do Caminhão (que já é tradicional na estrutura CCR e agora conta com as novas ações do check up gratuito nos postos do Estrada para a Saúde), Segurança Viária (sintetizada em ações do Caminhos para a Cidadania, entre outros projetos como o “Maio Amarelo”) e agora consolida os temas de Saúde Emocional e Saúde da Família a partir de um novo leque de serviços para o segundo semestre.
Participação
Em alusão ao Dia do Caminhoneiro (25 de julho), nas últimas semanas o CAC Witmarsum recebeu edições especiais do projeto. Um dos participantes foi Cezar Aparecido Moreira, de 42 anos, que é caminhoneiro há 21 anos. Ele mora em Carambeí e trabalha no trajeto rumo aos portos de Paranaguá, Itajaí e Navegantes.
“Sempre que tem a ação e posso participar eu venho. Em primeiro lugar busco o atendimento de saúde, para fazer check up, mas também aproveito para pegar os kits e cortar o cabelo”, conta ele. Para o trabalhador, o principal benefício do programa é a segurança. “Se eu estou seguro, mais pessoas também estão”, cita, afirmando que acompanhou a evolução da oferta de serviços.
Como funciona
Após estacionar, o motorista responde a uma ficha de cadastro para iniciar os atendimentos na sequência. No CAC Witmarsum a agente de pesagem Eva Garret é uma das responsáveis por esse contato inicial. “Muita gente participa”, afirma ela que, quando questionada sobre algum caso que a marcou, lembra de um caminhoneiro que chegou se sentindo mal e, com o apoio do Estrada para a Saúde, foi encaminhado para o hospital, onde ficou internado por 40 dias.
Bernadete Celusniak é a responsável por, como ela própria define, ajudar a levantar a autoestima dos participantes. A cabeleireira, que atua na profissão há 20 anos e participa do projeto há 6 anos, conta que tem até “clientes” recorrentes, que sempre que podem aproveitam para “dar um tapa no visual”.
“Eu gosto muito de conversar e aqui conheço muitas histórias diferentes. Tem quem vem sempre, tem quem vem de longe, como Mato Grosso e Bahia. Sinto que com o corte de cabelo aumento a autoestima deles, já que muitos não têm tempo para se cuidar; no domingo, que é o dia livre, os salões não estão abertos”, lembra Bernadete.
Kits
Além de poder usar banheiro e tomar água e café, os caminhoneiros também recebem kits de alimentação e higiene. No lanche vem itens como suco, salgadinhos e fruta, e no kit higiene, ofertado pelo app Trizy – novo parceiro da CCR RodoNorte na ação – álcool em gel, pasta e escova de dentes, pente e cortador de unha. O aplicativo voltado a caminhoneiros também distribui um “kit café da manhã”, com café em pó e bolacha.
Atendimento clínico
Willian Jarski é enfermeiro do Samu e, toda quinta-feira que tem livre, participa do “Estrada para a Saúde” no CAC Witmarsum. No atendimento clínico ele verifica os sinais vitais, a temperatura, pressão arterial, a glicemia (teste de diabetes), colesterol total e IMC e também faz orientações e tira dúvidas dos trabalhadores.
“Não posso fazer diagnósticos, mas faço os alertas. A vida do caminhoneiro é muito corrida, muitos vêm toda quinta para conseguir cuidar da saúde. Falo para observarem os sintomas, pois às vezes a dor de cabeça ou a tontura não são normais”, destaca o profissional.
Parada do Desabafo
A saúde mental também tem um espaço no programa. A “Parada do Desabafo” é uma estrutura especial de acolhimento, conversa e conforto, projetada para atuar em prol da saúde mental e emocional dos caminhoneiros. O objetivo é atender motoristas em situação de vulnerabilidade emocional – estresse, depressão, ansiedade, entre outras questões pessoais. O projeto também acolhe familiares e demais acompanhantes que estejam com os motoristas, no espaço físico da parada do desabafo, garantindo o sigilo do atendimento e a proteção de dados dos participantes.
“Recrutamos uma equipe de voluntários de várias idades com pessoas muito especiais para atender os caminhoneiros: pessoas que venceram a depressão ou outros transtornos emocionais. Nada melhor do que desabafar com alguém que sabe do que estamos falando, e sabe na prática”, comenta Carlos Eduardo Ferreira de Souza, o Cadu, coordenador nacional do projeto pelo Instituto Help, parceiro do Instituto CCR nesta ação, lembrando que a Parada também tem um canal de atendimento online disponível pelo número de WhatsApp exclusivo da iniciativa: (11) 4200-0034.
Saúde do caminhão
A saúde do caminhão também recebe uma atenção especial no programa, através do check up feito pelas equipes técnicas. A intenção é oferecer verificações nos caminhões e carretas com o objetivo de orientar e conscientizar os motoristas quanto à manutenção preventiva dos seguintes itens: pneus e rodas, iluminação, sinalização, freios, direção, emissões e eixos e suspensão. Todos os serviços são gratuitos e não precisam ser agendados.
“Conferimos até a temperatura das rodas para ver se todas estão iguais. Essa ação é importante para a rodovia trabalhar preventivamente, pois um item, por menor que seja, é capaz de impedir acidentes. Um acidente é de todos: do proprietário do veículo, do caminhoneiro, da rodovia e de quem a usa’, reforça Antonio Gaspar de Oliveira, coordenador do check up de caminhões.
