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Estiagem provoca perdas de R$ 1,3 bilhão na safra da região de PG

Estimativa de colheita diminuiu 46% para o feijão, 24,5% para o milho e 10% para a soja

Foto: Arquivo DC

A primeira expectativa para a safra de verão de Ponta Grossa e região deste ano era otimista: a estimativa era de que a colheita poderia ser 10% maior que a do ano passado. Porém, passados cinco meses a nova projeção mudou de figura com a estiagem, que está provocando perdas na safra, e agora o cenário indica que serão colhidas 5,5% de toneladas a menos do que no verão 2020/2021 – a considerando a cotação atual dos grãos, o primeiro ciclo produtivo do milho, da soja e do feijão vai render R$ 1,3 bilhão a menos do que o esperado inicialmente.

O levantamento foi feito pela reportagem do jornal Diário dos Campos e portal dcmais com base nos relatórios do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab), atualizados nesta quinta-feira (27).

“Essas perdas na safra provocadas pela estiagem já estão consolidadas e são difíceis de recuperar. Agora é torcer para que continue chovendo para manter o que sobrou”, avalia o residente técnico no núcleo regional do Deral, André Luiz Iurko.

Segundo ele, quem mais sofreu foi quem plantou mais cedo – assim como na última safra de inverno. “Quem plantou no fim de outubro e começo de novembro, pós-trigo, vai conseguir uma produtividade razoavelmente boa. As perdas foram ocasionadas porque em novembro e dezembro tivemos uma estiagem na região. Agora em janeiro até tivemos uma chuva boa, estamos com 128 mm, que é 64% do esperado. Caso chova no fim de semana, conforme as previsões, devemos chegar a 80%. Não é o melhor, mas já é bom”, complementa.

Números

A estimativa atualizada do Deral para o núcleo regional de Ponta Grossa, que considera 18 municípios da região, indica que a safra de verão de grãos deve totalizar 2.615.793 toneladas neste ano, 5,5% a menos que no mesmo período do ano passado. Foram plantados 649.400 hectares, 1% a menos do que no verão 2020/2021.

Os três grãos estão sofrendo uma perda de rendimento médio: no caso do feijão são 13% a menos do que no ano passado, no milho -14% e na soja -5%. Em relação à produção de cada um deles, a maior baixa em relação à última safra de verão é a do feijão: -29%. Na soja há uma redução de 7% e no milho uma alta de 3%, mas porque o ano passado também sofreu uma queda de produção.

Segunda safra

A segunda safra, bem mais tímida na região, já começou a ser plantada. Metade da soja já está no chão, enquanto que no milho já foram plantados 20% e no feijão, 15%.

As expectativas (ainda) são boas: para o feijão espera-se uma produção de 88 mil toneladas, 54% a mais que a de 2021, para o milho 208 mil toneladas (+88%) e para a soja 39 mil toneladas (+9%).

Cidades

Integram o núcleo regional de Ponta Grossa, delimitado pelo Deral/Seab, os municípios de Castro, Piraí do Sul, Arapoti, Jaguariaíva, Sengés, Ortigueira, Palmeira, Porto Amazonas, São João do Triunfo, Carambeí, Ipiranga, Ivaí, Ponta Grossa, Imbaú, Reserva, Telêmaco Borba,Tibagi e Ventania.

Perdas paranaenses na safra devido à estiagem podem chegar a R$ 30 bilhões

Não é só a região de Ponta Grossa que está sofrendo perdas na safra, mas sim todo o estado do Paraná. No total, o estado pode deixar de ganhar entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões. 

“Nós perdemos muita produção com essa estiagem prolongada, essa escassez hídrica, essas altas temperaturas no ambiente e no solo. Foram afetadas culturas como soja, milho, feijão, tabaco, produção de silagem para alimentação de gado de leite, produção de hortaliças, de frutas, pastagens… enfim, toda forma de vegetação sofreu e sofre”, avalia o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.

A soja, que corresponde a mais de 90% da área plantada de grãos no Paraná, está com uma projeção de redução de 39% na sua produção, frente à estimativa inicial. Em relação ao ano passado, isso representa uma baixa de 35%. 

No caso do milho da primeira safra a diminuição é de 36% ao decorrer da safra e de -13% no comparativo com a safra de verão 2020/2021, enquanto que no feijão o volume é 31% menor que o potencial e 26% abaixo do produzido no ciclo anterior.  Em função da menor oferta de feijão neste início de ano os preços ao produtor aumentaram: nos últimos 20 dias eles saíram de R$ 240 a saca de 60 quilos e passaram à faixa de R$ 280 a R$ 300.

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