Alunos do Centro Estadual de Educação Profissional Lysímaco Ferreira da Costa, em Rio Negro, no Sul do Estado, e engenheiros agrônomos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), desenvolveram uma nova espécie de mandioquinha-salsa, também conhecida como batata-salsa ou batata-baroa.
A nova planta leva aproximadamente oito meses para produção, metade do período da espécie tradicional. Outra vantagem é a resistência às pragas.
A parceria entre as instituições e a escola surgiu para atender uma demanda de pequenos agricultores da região por novas técnicas que tornassem o cultivo da mandioquinha-salsa mais rentável. Por muito tempo este foi o principal produto da nossa região, mas acabou perdendo espaço para a produção do tabaco, explicou a coordenadora do projeto, Aline Pruciak Chagas.
A planta foi desenvolvida em laboratório pela Embrapa e Emater. Agora, as novas mudas estão sendo cultivadas em um viveiro na escola para, em seguida, serem apresentadas à comunidade. De acordo com Aline, com menos tempo para a produção, a planta deve voltar a ser cultivada novamente na região. Vamos levar esse conhecimento que está sendo produzido na escola para a comunidade e tornar o cultivo da batata-salsa mais rentável para os agricultores, disse Aline.
Em 5 e 6 de novembro, a nova espécie será apresentada à comunidade, no VIII Seminário Nacional de Mandioquinha-Salsa, que acontecerá no município. O objetivo do projeto é apresentar a nova espécie e as técnicas para o cultivo.
No primeiro dia do evento, os agricultores da região e engenheiros agrônomos de todo o Brasil conhecerão o projeto e poderão comparar o processo de produção da nova muda e com as tradicionais. No segundo dia, serão apresentadas as técnicas de manuseio da nova planta que, na sequência, será levada a todos os produtores da batata -salsa de outros estados.
O viveiro experimental da escola conta com 30 metros quadrados onde estão plantadas 300 mudas. O cultivo e o acompanhamento são feitos diariamente pelos alunos, que aplicam os conhecimentos adquiridos em sala.
Os estudantes que participam do projeto estão nos últimos anos do curso técnico em Agropecuária. O plantio dessa espécie é muito forte na nossa região, mas os agricultores não possuem um viveiro de mudas e tecnologia para a produção. É esse conhecimento que vamos levar até eles, contou o aluno Rodolfo Liebl, 17 anos.