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Contrastes climáticos provocam alta no preço do feijão

Maior produtor de feijão do país, o PR deve sofrer uma quebra de 10% na safra que está terminando de ser colhida, em relação ao ano passado; na região a baixa atinge 26%

As secas do ano passado e as chuvas do último mês estão comprometendo a colheita do feijão, que já foi finalizada na região dos Campos Gerais e está 94% avançada no estado. Devido aos dois problemas, que aconteceram, respectivamente, no plantio e na colheita do grão, o preço do alimento que é um dos mais consumidos no país está disparando: de janeiro de 2020 para janeiro de 2021 a alta dos preços médios de varejo no estado disparou 60% no caso do feijão preto e 27,4% no cores.

De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), o preço médio do feijão preto está custando R$ 7,30 e o do cores R$ 7,43 – e a tendência é que continue neste patamar pelo menos por algum tempo, já que de acordo com a estimativa feita em janeiro o Paraná, maior produtor nacional do grão, pode ter uma queda de 10% nas toneladas obtidas, quebra que chega a pelo menos 26% na região dos Campos Gerais.

“A nossa região teve dificuldades na colheita como previsto, pois choveu de metade de janeiro até começo de fevereiro e isso dificultou a entrada de maquinário para a colheita. O feijão também sofreu com as secas do ano passado, enquanto estava sendo plantado”, lembra Gil Oliveira da Costa Jr., engenheiro agrônomo do Deral regional.

A produtividade média da região está tendo uma grande queda em relação ao ano passado, quando alcançou 2.390 kg/ha. “Ainda estamos entrando em contato com produtores e cooperativas para fechar a atualização deste mês, mas da previsão que era 2.300 kg/ha, hoje nosso estimado está em 1.800 kg/ha, uma quebra mínima de 20%”, avalia o especialista.

Comportamento dos preços

Para Costa Jr. os preços do grão, que já vêm em alta, devem continuar no mesmo patamar pelo menos até a comercialização da segunda safra, que pelo menos na região deve ter seu plantio finalizado até o fim do mês e ser colhida no final de abril. “A área segue mentida, mas a produtividade pode ser melhor”, analisa o especialista regional.

O engenheiro agronômo do Deral estadual Carlos Alberto Salvador lembra que os preços subiram devido ao clima ruim e também à queda no consumo causada pela perda de poder aquisitivo, relatada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na avaliação dele, apesar de o Paraná sofrer uma queda na produção, os outros estados devem compensar. “Mas no caso do feijão preto o grande produtor nacional é o Paraná, então se quebrar o país terá que começar a importar, o que encarece novamente o produto”, aponta Salvador.

Produção brasileira

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Paraná é o maior produtor nacional de feijão. No ano passado o estado foi responsável por 20,3% do total colhido, porcentagem que deve chegar a 25,1% em 2021. Em segundo lugar figura Minas Gerais, com 19,2% da produção em 2020 e 18,5% em 2021.

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