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Contorno de Ponta Grossa, um impulso da porteira para fora

Divulgação

Passagem por dentro da cidade é gargalo para a balança comercial do país

O agricultor já sabe e a balança comercial brasileira é prova: as exportações do agronegócio são mais do que fundamentais para a saúde financeira do país. A principal mostra disso é que no primeiro trimestre de 2015, foi o único setor da economia a apresentar desempenho positivo. Mesmo assim, não foi possível deixar positivo o saldo comercial do período, que ficou amenizado graças ao bom desempenho de sempre do agronegócio.

E tem sido assim desde 2001 até 2013, quando só o campo foi capaz de deixar azul o saldo da balança comercial. Isso porque, da porteira para dentro, os agricultores investem e garantem uma produtividade cada vez maior. Da porteira para fora, porém, há gargalos de infraestrutura que precisam ser resolvidos agora mesmo, sob o risco de ficarem muito mais complicados em um futuro próximo, dificultando o escoamento das safras, que tão bem fazem para alcançar o almejado superávit.

É o caso da passagem das cargas do agronegócio por Ponta Grossa. Misturada ao fluxo dos bairros da cidade, faz o entroncamento ponta-grossense passar por um processo de estrangulamento cada vez maior. A alternativa para solucionar este conflito pode ser encontrada no Contorno de Ponta Grossa, obra que está sendo debatida pela sociedade organizada e que favoreceria a infraestrutura de um dos principais corredores se exportações do país, que passa pela PR-151 e pelas BRs 376 e 373, nos Campos Gerais. O contorno tiraria o fluxo pesado da cidade, que passaria então por uma nova rodovia de 46 quilômetros, por fora das áreas habitadas.

Na opinião do presidente da Sociedade Rural, Roberto Cunha Nascimento, hoje existe um “funil” em Ponta Grossa. “Existe um funil, que está represando tudo o que vem do Norte do Paraná, de grande parte do Sudoeste também, e o contorno nosso hoje (Av. Presidente Kennedy) está afogado. Precisa desafogar, e como? Tirando esse trânsito da cidade, fazendo um novo Contorno”, sugere. Nascimento lembra ainda que as atuais rodovias “urbanas” da cidade recebem ainda cargas de Castro, Jaguariaíva, Itararé e de São Paulo, em direção ao Porto. “Fazendo o Contorno, com certeza absoluta vai dar mais logística e maior economia. E como faz a obra? Se o governo não tiver dinheiro, tem a possibilidade de uma parceria público-privada”, sinaliza.

 

20% das exportações do agronegócio passam por PG

A movimentação do agronegócio nas ferrovias e rodovias é intensa o ano inteiro, bem como o trabalho nos portos. Saem milho, soja e derivados, entram os fertilizantes para adubar ainda mais a próxima produção.

Para se ter uma ideia, o mundo produziu, em 2014, 1,3 bilhão de toneladas de milho, soja e farelo. Destes, um total de 230 milhões de toneladas foram comercializadas entre as nações do mundo.

Nesta circulação, o Brasil foi responsável pela exportação de 80 milhões de toneladas. Destas, 23,8 milhões foram exportadas por dois portos brasileiros: Paranaguá (PR) e São Francisco do Sul (SC). Como 85% das exportações de Paranaguá foram realizadas pelo modal rodoviário, as rodovias paranaenses são fundamentais para dar fluidez e segurança ao transporte destas commodities.

No total, aproximadamente 20% de todas as exportações nacionais de milho, soja e derivados registram passagem pelas rodovias dos Campos Gerais, demonstrando com clareza a necessidade de ampliar a qualidade desta circulação, várias vezes travadas devido a acidentes ocorridos na Souza Naves (BR 373) e Presidente Kennedy (BR 376), por exemplo.

 

Cidade recebe 44 mil veículos diariamente

Pelas “avenidas – rodovias” de Ponta Grossa passam diariamente 44 mil veículos, sendo 18 mil caminhões de passagem pela cidade todos os dias. Nesta batalha por espaço, estão tanto caminhões transportando as riquezas do campo quanto moradores em direção às mais diferenciadas atividades cotidianas, segundo dados da concessionária CCR Rodonorte. Segundo o presidente da empresa, José Alberto Moita, a cidade é “rota do agronegócio”. “É natural que tenhamos um número cada vez mais elevado de caminhões, pois aqui está a rota do agronegócio, setor cada vez mais eficiente em sua capacidade de produção. Os fluxos de longa e curta distância tendem a aumentar, e o ideal é separar os dois, em todos os lugares onde isso ocorre. Com isso, a fluidez volta a tomar conta da casa”, diz Moita.

O presidente cita como exemplo de solução para este conflito o Contorno de Campo Largo, inaugurado em junho de 2014. Em um ano, a passagem por fora da cidade, construída pela empresa, reduziu em 83% a quantidade de acidentes naquele ponto da BR 277, eliminando atropelamentos, colisões traseiras e transversais, bem como a passagem por lombadas e semáforos.

 

QUADRO

 

NÚMEROS

1,3 bilhão de toneladas

Foi a produção mundial de grãos em 2014

230 milhões de toneladas

Foram comercializadas entre as nações

80 milhões de toneladas

Foram exportadas pelo Brasil

23,8 milhões de toneladas

Foram exportadas via PR e SC

6 milhões de caminhões

Passaram por Ponta Grossa em 2014

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