em

Com produtores mais capitalizados, tomada de crédito rural volta a patamar pré-pandêmico

No primeiro mês do Plano Safra deste ano a microrregião somou R$ 102,6 mi contratados, versus R$ 169,9 mi no ano passado e R$ 90,4 mi em 2019

No ano passado, junto com a pandemia vieram a alta da cotação do dólar e das commodities, o que contribuiu para o aumento do faturamento dos produtores rurais – principalmente aqueles que trabalham com exportações. Com isso, a tomada de crédito aumentou em todo o país, inclusive na microrregião local, que engloba Ponta Grossa, Castro, Carambeí e Palmeira: apenas no primeiro mês do Plano Safra (julho) foram contratados 88% a mais do que no mesmo período do ano anterior, mas agora este valor voltou a “se normalizar”.

Dados do Banco Central apontam que em julho de 2019 a microrregião de Ponta Grossa contratou R$ 90,4 milhões em crédito rural. No mesmo mês de 2020 o número saltou para R$ 170 milhões e em 2021 ficou em R$ 102,6 milhões.

A maior variação foi no custeio: juntos, os quatro municípios somaram R$ 75,3 milhẽos para custeio em julho de 2019, valor que passou para R$ 135,4 milhões em 2020 e R$ 68,82 milhões em 2021. No caso dos investimentos, o patamar continuou alto: de R$ 14,4 milhões em 2019, o total subiu para R$ 33,3 milhões em 2020 e R$ 30 milhões no primeiro mês da nova safra de 2021.

Municípios

No primeiro mês dos três anos analisados Castro se manteve como a líder da microrregião, fazendo o mesmo movimento do total: subindo de 2019 para 2020 e baixando em 2021, mas ainda ficando acima do patamar pré-pandêmico. Em segundo lugar esteve Carambeí, que, porém, fez um movimento apenas de ascensão.

Já Ponta Grossa, que em julho de 2019 e 2020 era a última colocada, em 2021 passou Palmeira e ficou na terceira posição. Sua variação,porém foi a mesma de Palmeira: alta de 2019 para 2020 e queda em 2021, que fechou o mẽs em patamar inferior a 2019.

Análises

Entre os motivos para este movimento em “V” ao contrário está a capitalização do produtor, que começou a faturar mais no ano passado – o que o permitiu tanto investir com mais segurança (pegando mais crédito para isso), quanto utilizar recursos próprios para o custeio da produção (pegando menos crédito para isso).

“Máquinas agrícolas não estão sendo entregues devido às dificuldades de produção, então com esse dinheiro guardado o produtor resolveu investir na própria lavoura”, afirma o diretor de agronegócio da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG), Edilson Gorte.

“Se o pessoal ganha mais, pode investir mais e procura melhorar a operação. A nossa capacidade de armazenamento, por exemplo, é de meia safra. Temos certas deficiências que se suprir o produtor fica mais dono do seu negócio, não fica na mão dos outros”, complementa Gustavo Ribas Netto, presidente do Sindicato Rural de Ponta Grossa, que assim como Gorte destaca que os recursos para armazenagem já se esgotaram neste Plano Safra.

“Precisamos ampliar os investimentos em logística e também em tecnologia. Se tivéssemos internet em todas as propriedades rurais poderíamos aumentar o valor bruto de produção (VBP) em 17% devido à transmissão de dados e monitoramento de perdas”, exemplifica Gustavo.

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.