As chuvas que estão caindo no Paraná há cerca de um mês – e eram esperadas pelo agronegócio naquele momento – estão beneficiando o plantio da safra de verão na região dos Campos Gerais. Mas, em contrapartida, podem resultar em perdas parciais na colheita de trigo, que já está em cerca de 40% no Norte da região e iniciando nos municípios do Sul, mais próximos a Ponta Grossa.
A informação é do núcleo regional do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), que acompanha 18 municípios. “Essa chuva é boa pra soja, mas ruim pro trigo. No caso do cereal, no Norte do núcleo regional, em municípios como Tibagi, Arapoti, Ventania e parte de Piraí do Sul, a colheita está bem adiantada, entre 30% e 40% concluída, mas provavelmente haverá perda de qualidade por conta do excesso de chuva. Dos cerca de 60% que ainda faltam sair do solo, metade já estava no ponto de colheita, que está sendo retomada apenas agora e pode sofrer perdas”, afirma o economista do Deral regional Luiz Alberto Vantroba.
“Já nos municípios do Sul da região, como Ponta Grossa, Ipiranga, Castro e Palmeira, por exemplo, grande parte dos grãos de trigo estava em formação na época destas chuvas, e por isso elas foram positivas. Por aqui a colheita começou em pequena parte, e deve ser intensificada a partir da próxima semana para seguir até o dia 10 de novembro, aproximadamente”, acrescenta o especialista.
“Para a soja, quem já plantou está com ela em fase de germinação e desenvolvimento, na qual a umidade é benéfica. E para quem vai plantar agora, que é a fase em que o plantio é intensificado na nossa região, também vai se beneficiar. Para o feijão e o milho, os outros principais grãos de verão produzidos nos Campos Gerais, as chuvas também foram benéficas: cerca de 95% das áreas já estão plantadas e praticamente todas contam com condição boa”, avalia Vantroba.
Milho é o queridinho desta safra na região
A última estimativa de safra divulgada pelo Deral, datada do fim de setembro, aponta que o milho deve ser o queridinho da região nesta temporada. Enquanto que a estimativa de agosto previa uma alta de 10% na área destinada ao grão, no comparativo com o ano passado, nesta a previsão subiu para +18%, totalizando 80.685 hectares.
Com isso e com a alta de 24% no rendimento, esta primeira safra de milho deve totalizar 47% de toneladas a mais, chegando a 887,5 mil toneladas.
Para o aumento de área de plantio de milho, deve-se diminuir o cultivo de feijão. Na estimativa de agosto já se previa uma área 2% menor que a do ano passado, e agora a estimativa caiu para -12% (27 mil hectares). Apesar disso, o Deral acredita que o grão que está presente diariamente no prato dos brasileiros deve contar com um rendimento 34% maior e, portanto, somar uma produção 18% superior à do ano passado (62.100 toneladas).
Já a soja, a “rainha” do agronegócio dos Campos Gerais, pode gerar uma safra de 2,16 milhões de toneladas neste ano, 2% a mais que no ano passado. Isso se deve ao aumento de 4% estimado para o seu rendimento, já que a sua área deve ser 2% menor – mas ainda totalizar 547,5 mil hectares.
Municípios do núcleo regional
São considerados como núcleo regional de Ponta Grossa pelo Deral os municípios de Castro, Piraí do Sul, Arapoti, Jaguariaíva, Sengés, Ortigueira, Palmeira, Porto Amazonas, São João do Triunfo, Carambeí, Ipiranga, Ivaí, Ponta Grossa, Imbaú, Reserva, Telêmaco Borba,Tibagi e Ventania.