Briga por terra teria sido a principal motivação que levou ao assassinato dos irmãos Esmaylen Silva de Souza, 33 anos, e Jonas Luan Silva de Souza, 23, no último sábado (7), na localidade de Campina do Motiva, no Distrito de Catanduvas, em Carambeí.
As vítimas foram mortas a tiros e o principal suspeito é um adolescente de 17 anos que se apresentou na delegacia da Polícia Civil na tarde da última terça-feira (10) acompanhado dos pais e de um advogado.
De acordo com o delegado titular da Delegacia de Carambeí, Marcus Vinícius Sebastião, em depoimento, o jovem relatou que a chácara da família fica ao lado da propriedade onde moravam os irmãos e que teria atirado conta as vítimas durante uma discussão por conta de uma cerca.
“A família do adolescente é dona de uma chácara que faz essa divisa com a propriedade das vítimas. Desde 2014 já existia um desentendimento por conta de demarcações de linha divisória. Recentemente, a Justiça concedeu uma liminar à essa família para que pudesse colocar uma cerca para reintegração da área”, explicou o delegado.
Conforme o depoimento, no último sábado, os pais do adolescente foram a propriedade para fazer a cerca, enquanto que o adolescente teria ficado na casa da família, em Ponta Grossa. “Em seu relato, ele disse que sentiu um ‘mal pressentimento’ e resolveu pegar o carro do seu pai e ir até Carambeí. Ele relatou que estava com receio de deixar os pais sozinhos no local, já que estariam recebendo ameaças”.
Na delegacia, o jovem entregou um revólver cal. 38 que teria sido usado no dia do crime. Segundo Marcus Vinícius, a arma teria sido comprada dias antes pelo adolescente. “Ele relatou que comprou a arma por conta das várias ameaças que a família vinha recebendo e já viajou armado. Ao chegar em Carambeí, ele foi ajudar o pai na colocação da cerca e, nesse momento, os irmãos se aproximaram e teriam jogado pedras contra eles. Foi quando começou a discussão”.
O jovem relatou à polícia que uma das vítimas teria sacado uma pistola e atirado em diração à família. “Os pais disseram que se jogaram no chão, enquanto que o adolescente puxou o revólver e começou a atirar contra os dois. Ao ver ambos caídos, a família correu e retornou a Ponta Grossa e procurou por um advogado”, disse o delegado.
A pistola que teria sido usada por um dos irmãos também foi entregue à polícia. Momentos após o crime, a Polícia Militar também apreendeu um revólver que estava no bolso de outra vítima. “Ainda devemos ouvir outras testemunhas para aprofundarmos as investigações. A versão contada hoje será verificada no sentido de analisar se houve a participação de mais pessoas nesse crime”.
Por não configurar flagrante, o adolescente e a família foram liberados, no entanto, ele responderá na Vara da Infância e Juventude de Castro por disparo de arma de fogo, duplo homicídio qualificado, por porte ilegal de arma de fogo e por dirigir sem CNH.
A mãe das vítimas deverá ser ouvida nos próximos dias. Esmaylen atuava como caminhoneiro e Jonas Luan era chacreiro.