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APP-Sindicato se posiciona contra volta às aulas sem vacinação

(Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil Saúde)

A APP-Sindicato é contra o retorno presencial das aulas. A instituição não é favorável à posição tomada pelo governador Ratinho Jr., que anunciou nesta terça-feira, 4 de abril, um retorno gradativo do modelo presencial a partir do dia 10 de maio.

Para o presidente no Núcleo Sindical da APP-Sindicato de Ponta Grossa, Tércio Alves do Nascimento “não há condições estruturais nas escolas para qualquer retorno, pois há falta de profissionais para o devido acompanhamento dos estudantes. O governador demitiu, na última sexta (30), cerca de 8 mil funcionários”, afirma.

A entidade ainda baseia sua posição contrária nos dados que mostram que a pandemia não acabou. “A circulação de uma grande quantidade de estudantes e de profissionais da educação provocará ainda mais contaminação. Boa parte destes alunos convive com pessoas do grupo de risco. Há algum tempo, o governador anunciou que só retomaria as aulas com a vacinação de profissionais da educação e agora está faltando com a palavra dada”, diz Nascimento.

Pesquisa

Na semana passada, a APP-Sindicato reuniu seu Conselho Estadual com mais de 150 lideranças dos 29 núcleos sindicais do Paraná. No encontro online, o pesquisador Lucas Ferrante, epidemiologista do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (ligado à Fiocruz) apresentou dados que mostram de forma clara a necessidade de um lockdown completo pelo período de 21 dias no Paraná.

O epidemiologista salienta ainda que a circulação diária de pessoas nas escolas e universidades é o fator de maior risco para a disseminação viral. “Vacinar grupo de risco é uma medida emergencial, mas insuficiente. Se convocarmos as aulas iremos fatalmente aumentar a disseminação e até forçar o surgimento de cepas ainda mais resistentes e letais”, informa Ferrante.

Após ouvir especialistas e pesquisadores, o Sindicato alerta ainda que não há tendência de queda nos números da pandemia e que, por conta da vacinação estar em um ritmo ainda muito lento, há uma tendência de surgimento de outras variantes do vírus ainda mais resistentes.

Na opinião do pesquisador do Inpa, “não há protocolo seguro para retorno das aulas. Caso o governo insista nisso, as consequências serão o aumento do número de casos e de mortes em um curto espaço de tempo”. O Inpa previu, através de cálculos estatísticos com dados da pandemia, o caos em Manaus e também orientou a Prefeitura de Curitiba no auge do colapso em março.

Diante das conclusões do estudo a APP-Sindicato informa que intensificará a mobilização e a campanha pela vacinação em massa da população paranaense. “A APP-Sindicato defende a vacinação para toda população, bem como a vacinação para professores e funcionários como condição para voltar às aulas. Queremos sim o retorno ao trabalho presencial, mas o retorno com segurança. Definimos a deflagração da greve caso haja imposição desta volta sem a vacinação nas duas etapas de toda categoria”, afirma o presidente do Núcleo Sindical da APP.

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