O Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais (HURCG) informou que deverá transferir, nos próximos dias, os equipamentos da maternidade para o Hospital da Criança.
A mudança, de acordo com o HU, deverá ocorrer após o término das últimas adequações necessárias e exigidas pela Vigilância Sanitária Estadual e Municipal.
“Os equipamentos ainda não foram levados. Tudo está sendo planejado, sem data certa. Mas, nos próximos dias, devemos começar a mudança aos poucos e então a transferência completa”, informou o hospital via assessoria de comunicação.
Já o prazo para início dos atendimentos acontecerá após revisão de segurança e critérios de atendimentos.
A transferência dos leitos da maternidade para o Hospital da Criança irá possibilitar a instalação dos 35 novos leitos clínicos e das 10 novas UTIs na Ala Covid do hospital de referência da doença em Ponta Grossa, o HU, que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A situação, no entanto, se estende há quase três meses quando, no dia 23 de abril, o governador Ratinho Júnior visitou Ponta Grossa e autorizou repasse de R$ 13,8 milhões para a transferência dos serviços da Unidade de Terapia Intensiva Infantil, UTI Neonatal e Serviço de Cirurgia Pediátrica de Emergência do HU para o Hospital da Criança.
Em 4 de maio, foi realizada a primeira reunião de planejamento entre as equipes dos hospitais, da universidade e da Associação Amigos do Hospital da Criança de Ponta Grossa.
Nesta data, foram elencadas todas as providências administrativas e técnicas necessárias à mudança.
Ainda no final do mês de junho, as vigilâncias emitiram relatório técnico sobre o projeto emergencial proposto pela UEPG e, no documento, foram solicitadas adequações que, segundo a equipe de engenharia da universidade, deveriam demandar mais de três meses de trabalho, considerando prazo mínimo para a licitação de empresa habilitada e a execução das obras de adequação.
A prefeitura, no entanto, alegou naquela data que a transferência da maternidade poderia ocorrer ao mesmo tempo da realização das adequações.
A situação gerou preocupação, visto que a UTI Covid no HU, destinada exclusivamente para pacientes do SUS, chegou a ficar com 90% dos leitos ocupados em pelo menos um dia.
Ocupação
A Ala Covid do Hospital Universitário tem hoje 20 leitos de UTI e 15 leitos clínicos. No início do mês de junho, o número de ocupações era baixo, com uma média de 4 a 6 leitos ocupados na UTI, conforme apontaram os relatórios emitidos pelo hospital.
O número, porém, aumentou a partir do dia 13 junho, com cerca de 13 a 15 pacientes internados somente na UTI e essa média se manteve até o início deste mês.
Para o médico e diretor técnico do Hospital Universitário, Fernando Torres, a variação que houve do número de ocupação faz parte das sazonalidades.
E o aumento de casos na metade de junho, segundo o especialista, é devido ao aumento da curva da doença na região. Mesmo que preocupante, o médico explica que esses números, no entanto, estão dentro da variação habitual da taxa de ocupação.
“Entretanto, com base na perspectiva e no monitoramento que temos feito habitualmente dos casos e das solicitações de transferência, provavelmente esses números vão mudar a que se mantenha essa sazonalidade, portanto, não podemos falar ainda em redução de ocupação”, apontou o diretor técnico do HU.