O etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, secretário-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) em meio à resposta à pandemia de covid-19, está a caminho de novo mandato de cinco anos à frente da agência, depois de ser o único candidato indicado por 28 países, disseram diplomatas ocidentais nesta sexta-feira (29).
Os diplomatas citaram carta enviada pela OMS a seus 194 países-membros, informando-os sobre as indicações confidenciais contidas em envelopes selados entregues no final de setembro.
Covid pode ter matado 80 mil a 180 mil profissionais de saúde, diz OMS
A Etiópia se recusou a indicar Tedros para um segundo mandato devido a tensões geradas pelos conflitos na região do Tigré, o que tornou necessário que outros países o indicassem.
Entre os 28 países que indicaram Tedros para um novo mandato estão a França, Alemanha e outros membros da União Europeia, além de três países africanos – Botswana, Quênia e Ruanda – disseram os diplomatas à Reuters. Os Estados Unidos não estavam entre esses países.
A questão é delicada. A União Africana sequer discutiu a indicação, e isso não aconteceu nem mesmo no último encontro do bloco neste mês, acrescentaram diplomatas africanos.
A OMS realizará a eleição para o cargo de diretor-geral em sua reunião anual de ministros da Saúde, em maio do ano que vem. As indicações foram mantidas em sigilo para evitar campanhas antecipadas.
Programa da OMS vai comprar antivirais para combater covid-19
Tedros, ex-ministro da Saúde e das Relações Exteriores da Etiópia, tornou-se o primeiro africano a ser eleito diretor-geral da OMS em maio de 2017.
Ele tem liderado a agência na resposta à pandemia de covid-19, a pior crise global de saúde pública em um século, que começou na cidade chinesa de Wuhan no final de 2019 e já matou 5,2 milhões de pessoas.
A porta-voz da OMS, Margaret Harris, disse que a agência divulgará nota sobre as indicações.
OMS anuncia grupo que estudará novos patógenos