Polo cervejeiro por possuir duas multinacionais e diversas microfábricas, Ponta Grossa possui na produção da bebida 15% de todas as riquezas geradas na cidade, somando mais de R$ 1,3 bilhão. Além de matriz econômica, o mercado da cerveja também fomenta o turismo com o seu processo fabril sendo transformado em opção de lazer. A AmBev Adriática é um exemplo: o programa Beer Lovers permite que os amantes da cerveja conheçam as etapas do processo produtivo da bebida, que é umas das queridinhas dos brasileiros.
Através de visitações gratuitas e guiadas que duram aproximadamente 2 horas, o público pode conhecer a estrutura da unidade que possui capacidade anual instalada de 600 milhões de litros por ano e produz diversos tipos de produtos, como garrafas de 1 litro, 600ml e 550ml, latas de 350ml, 269ml e 473ml, além de barris de Chopp Brahma. Dentro desses formatos estão as marcas Original, Skol, Brahma, Brahma Chopp, Antárctica, Serra Malte, Budweiser, Skol Puro Malte.
A reportagem do DC visitou a cervejaria e conta mais sobre a atividade a seguir. Confira!
Roteiro da visita
O início da paixão
Inicialmente os visitantes são levados até a Sala Bar, onde são recepcionados, recebem as orientações de segurança – para a visita é necessário calçar sapatos fechados e os materiais de proteção fornecidos pela indústria: boné, óculos e fone de ouvido. No local é apresentado também um breve resumo da história da cerveja, que inicia nos anos 9.000 A.C. Voltando à área externa, o grupo passa por uma linha do tempo onde são abordados demais pontos da história agora ligados à cervejaria AmBev, e de onde também é possível avistar os tanques de fermentação, maturação e pressão.
Conhecendo os ingredientes
Após a história é a vez de conferir os ingredientes-base utilizados na fabricação da cerveja. Em um túnel é possível ter contato com uma prévia dos cereais – cevada, lúpulo e malte – e com a água, líquido responsável por 90% da composição da bebida. Ao lado, fica localizado o Supervisório, local onde os colaboradores supervisionam o processo produtivo e onde é aprofundada a explicação sobre a utilização dos ingredientes e todas as variáveis que as receitas podem conter, que vão desde a inserção de milho até de erva-mate, por exemplo.
O aroma da produção
Na sequência os visitantes conhecem a sala de brassagem, onde é possível ver as tinas em funcionamento e se sente o aroma característico do processo produtivo, que envolve as transformações que dão as características do corpo, espuma e amargor da cerveja, por exemplo. Na adega de degustação são oferecidas doses de chopp fresquíssimas e muitas vezes exclusivas, já que alguns rótulos são comercializados apenas como cerveja, após a pasteurização – principal diferença entre o chopp inicial para a cerveja final. A visita técnica é finalizada no packaging, local de envase das garrafas e latas que seguem para consumo.
Harmonização
A última etapa da visita gratuita acontece no mesmo local da primeira: a Sala Bar. Nela é feita uma harmonização entre rótulos e estilos diferentes da cerveja e petiscos, como forma de explorar o paladar do visitante. Na última semana foram combinados a Brahma Zero com amendoim, a Serramalte com salame italiano, a Colorado Appia com queijo Brie e a Caracu com chocolate. Ao final, os amantes da cerveja podem também visitar a loja Beer Lovers, inaugurada no início do mês, que conta com itens cervejeiros à venda, como copos, cervejas, kits especiais, camisetas, bonés e chaveiros, além dos lançamentos da nova coleção.
Cervejaria AmBev Adriática
Localizada na BR-376, no KM 462, a cervejaria tem porte médio e está entre uma das maiores produtoras da marca Budweiser do país. Mais de setecentos empregos são gerados pela indústria, sendo quatrocentos deles diretos. Em todo o país a marca possui mais de cem mestres cervejeiros, sendo 58 mulheres. As inscrições para o tour na AmBev Adriática podem ser feitas pelo site da companhia, em grupo ou individualmente, através do link https://www.ambev.com.br/visitas.
História em Ponta Grossa
A unidade ponta-grossense é a mais nova unidade fabril da AmBev, somando cinco anos de funcionamento na cidade; porém, sua história iniciou no final do século XIX. Em 1864 Herique Thielen, alemão erradicado no Brasil, veio ao principal município dos Campos Gerais para abrir uma filial de uma cervejaria curitibana pertencente a George Grossel. Em 1906 ele comprou a empresa e a nomeou de Fábrica Adriática de Cervejas – neste momento o empreendimento já ocupava o lugar de maior indústria da cidade.
Misturando-se ao patrimônio cultural da cidade, em 1926 o filho de Henrique, Alberto Thielen, construiu a Mansão Vila Hilda, que tornou-se a residência oficial da família até a década de 1970. Em 1944 o controle acionário da Adriática passou para a Companhia Antarctica Paulista e a cervejaria funcionou até 1992, quando foi desativada – para, então, ser (re)inaugurada em 2015 agora com o nome “AmBev Adriática”.