Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), 85% da população vai viver ao menos um episódio de dor nas costas ao longo da vida. O Ministério da Previdência Social traz o dado alarmante que a dor na coluna é a principal causa de afastamento do trabalho, sendo que em 2012 foi responsável por quase 160 mil licenças. As lesões, normalmente, são causadas por posições, posturas e inclinações incorretas no ambiente de trabalho, afirma o fisioterapeuta Henrique Lourenço.
Para evitar problemas futuros, é preciso agir preventivamente. A ergonomia e suas normas preconizam que devemos adotar medidas seguras para evitar problemas de saúde e postura, como as chamadas Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (Dorts), os desvios posturais, as dores musculares e as degenerações de articulações, explica o também fisioterapeuta Giuliano Martins, diretor regional da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna (ABRColuna).
O Ministério do Trabalho possui a Norma Regulamentadora 17 (NR 17) que é específica sobre ergonomia e estabelece padrões para melhores condições de trabalho. Todo o trabalhador deve exigir que sua empresa siga as orientações da lei, os padrões de ambiente de trabalho e assegurar que todo o mobiliário do lugar esteja de acordo com a norma, enfatiza Martins.
Ele orienta também que o colaborador deve seguir algumas ações básicas fora do ambiente de trabalho, como praticar uma atividade física três vezes por semana, evitar carregar excesso de peso, ter uma alimentação saudável e beber de 1,5 a dois litros de água por dia.
Ginástica laboral
O fisioterapeuta indica que a ginástica laboral é a melhor forma de prevenir e reduzir os inúmeros problemas, entre eles: tendinite, bursite, epicondilite, artrose, síndrome do túnel do carpo, más posturas, lombalgias, cervicalgias, hérnia de disco, escoliose, entre outros. A aula de ginástica laboral deve ser elaborada para cada tipo de atividade desempenhada. Na maioria das vezes, os aquecimentos de toda a musculatura devem ser acompanhados dos alongamentos de punho, ombro, pescoço e membros inferiores, orienta.
Além da prática de exercícios no trabalho, o especialista em coluna alerta que outros cuidados são necessários. É recomendável realizar um trabalho junto a uma empresa especializada, que fará um laudo ergonômico, que é exigido pelo Ministério do Trabalho, para identificar as irregularidades – mobiliário inadequado, falta de rodízio, falta de ginástica laboral, esforço físico desnecessário, máquinas inadequadas, entre outros – e orientar as correções. Além disso, a empresa pode oferecer palestras, treinamentos de postura, prevenção de lesões e operações de equipamentos, esclarece.