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Pavimentação de estrada beneficia produção leiteira de Carambeí

Alessandro Vieira

Basta circular por alguns minutos pela Estrada de Catanduvas, em Carambeí, para ter um retrato da importância da produção leiteira para o município dos Campos Gerais. Em cada uma das margens da via é possível ver os galpões usados para a ordenha nas propriedades ou mesmo algumas vaquinhas que espiam pela cerca o alto movimento de carros, tratores e caminhões.

O asfalto que reveste a via que liga Catanduvas, um dos dois distritos rurais de Carambeí, à sede da cidade já não suporta o trânsito frequente, formado não apenas pelos caminhões que transportam leite, como também a produção de suínos, frango, madeira e da agricultura familiar. Nos fins de semana, os veículos grandes dão lugar aos menores: os carros de visitantes e moradores que aproveitam as belezas da região dos Alagados.

“Às vezes tem mais trânsito nos fins de semana do que nos outros dias. Mas o movimento é sempre intenso”, conta o agricultor Edenir Neres do Porto, morador de Catanduvas. Nascido e criado no distrito, como gosta de lembrar, ele observa com alegria o vai e vêm das máquinas em frente à sua propriedade.

São elas que constroem o novo asfalto que está recobrindo a Estrada de Catanduvas. A obra abrange 6,3 quilômetros da via, iniciando na ligação com a PR-151, e está sendo executada pela Secretaria de Estado da Infraestrutura e Logística, com apoio da prefeitura. São quase R$ 7 milhões investidos no projeto – R$ 6,6 milhões do Governo do Estado e uma contrapartida municipal de R$ 346 mil. A obra está sendo executada em três etapas, com parte do trecho já asfaltado e o restante em execução. A previsão é que seja concluída em dezembro.

Animado com a pavimentação, Edenir conta que o “asfalto” que existia antes era assim mesmo, entre aspas: “Um poeirão sem fim, só buraco e carro quebrando toda semana. A situação era tão ruim que, para tapar os buracos, era passada uma patrola. Nunca vi arrumarem asfalto assim”, lembra o agricultor. “Dá para ver que agora é uma obra boa, com uma base bem firme. Acabou os problemas de poeirão e do carro na oficina”, diz.

70 municípios 

O secretário estadual da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, explica que a pasta investe R$ 146 milhões em obras de pavimentação em mais de 70 municípios. “Os convênios com as prefeituras ajudam a tirar do papel demandas antigas da população, beneficiando tanto as áreas urbanas, como as rurais. Em Carambeí, a Estrada de Catanduvas é uma importante via de escoamento da produção agrícola e leiteira, principalmente”, diz.

Turismo 

Além da produção agropecuária, a revitalização da via também deve fomentar o turismo na vila de Catanduvas, atividade que já é forte em Carambeí como um todo. Conhecida pela imigração holandesa, a cidade faz questão de preservar a memória dos imigrantes que vieram dos Países Baixos no início do século passado para fazer a vida no Paraná, tendo justamente a criação de gado leiteiro como principal atividade.

Ao chegar em Carambeí, é possível ver uma réplica dos famosos moinhos de vento holandeses, localizada na entrada de um famoso restaurante. As casas também preservam a identidade do país europeu, e não é difícil encontrar pequenos moinhos enfeitando os gramados das residências. A culinária é outro atrativo do município: a fama das tortas atravessa os Campos Gerais e até a Serra de São Luiz do Purunã, e não é raro quem saia de Curitiba só para experimentar a iguaria.

Para adentrar mais a fundo na cultura holandesa, o Parque Histórico de Carambeí abriga o maior museu histórico a céu aberto do Brasil. Com cerca de 100 mil metros quadrados, o complexo conta com alas integradas que remetem aos ecomuseus escandinavos e uma pequena vila que relembra o estilo de vida dos primeiros colonos. Por causa da pandemia do novo coronavírus, o museu está temporariamente fechado.

Em Catanduvas, a atração é a Represa dos Alagados. A barragem construída nos anos 1940 sobre o Rio Pitangui, para rodar as turbinas da Hidrelétrica São Jorge, tornou-se um local de descanso, abrigando em suas margens as chácaras que são muito frequentadas nos fins de semana, sendo usada também para a pesca e para a prática de esportes náuticos.

O movimento turístico também enche os olhos de Edenir, que planeja abrir um restaurante na beira da estrada assim que o asfalto novo fique pronto. “A gente já faz marmitas para entregar nos dias de semana, mas agora vamos montar um restaurante para aproveitar o movimento que tem aqui”, planeja.

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