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Inflação de 2021 deve aumentar preços em 2022

(Foto ilustrativa/José Aldinan/DC)

Ano novo, preço novo – mas mais alto. Esta é a sensação e a previsão para 2022. O motivo? A “herança inflacionária” de 2021. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, é também a taxa utilizada para o reajuste anual de diversas contas e serviços. A expectativa é de que ele seja divulgado hoje (11) e seja próximo de 10%; até novembro/2021, por exemplo, o acúmulo era de 10,74% em 12 meses.

ATUALIZAÇÃO ÀS 10H45: Inflação de 2021 é fechada em 10,06%, a maior dos últimos 6 anos

Outro fator que tem um forte papel neste sentido é o salário mínimo. Com a alta de 10,18% na remuneração, seguindo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), aumentam também os custos com mão de obra – o que impacta principalmente o setor de serviços. Isso abre a possibilidade de que o repasse seja feito para o consumidor e, com isso, haja um encarecimento generalizado.

A seguir, veja alguns exemplos do que pode ficar mais caro neste ano.

IPTU em Ponta Grossa

O IPTU de Ponta Grossa virá 10% mais caro neste ano. O motivo é esta reposição inflacionária, que vai reajustar em 10% a taxa de coleta de lixo, o valor venal dos terrenos e das edificações. A informação foi apurada pelo DC junto à Secretaria Municipal da Fazenda, que destaca que este índice de 10,0173% é a projeção inflacionária da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) para o período de janeiro a dezembro de 2021. Saiba mais neste link.

IPVA

Já o IPVA também deve vir “mais salgado”, mas por outro motivo: a valorização geral de diversos modelos de veículos. O imposto é calculado a partir do valor da ‘tabela Fipe’ – análise da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) que calcula o preço médio dos veículos no país e que apresentou uma grande alta em 2021 devido a fatores como a escassez de carros 0km por problemas de produção, o que, pela lei da oferta e da demanda, também pressionou os preços dos usados.

No Paraná a cobrança de IPVA começa na próxima segunda-feira (17) e já é possível emitir os boletos para verificar os novos preços. Veja o calendário completo neste link.

Conta de água

Além do reajuste anual da conta de água, neste ano a Sanepar também deve aplicar a 2ª fase da Revisão Tarifária Periódica, que é realizada a cada quatro anos. 

No ano passado a tarifa já subiu 5,11% em fevereiro (reajuste anual) e 5,77% em maio (1ª fase da revisão periódica). No dia 1º de setembro a Agepar suspendeu o encarecimento de mais 9,6299% na tarifa de água e esgoto, que entraria em vigor no dia 31 de outubro. Veja a listagem de todos os reajustes das tarifas da Sanepar neste link.

Conta de luz

Em agosto cálculos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apontaram que a tarifa de energia pode ficar, em média, 16,68% mais caras em 2022.

No ano passado as tarifas da Copel subiram em média 9,89% a partir de junho devido à revisão periódica, feita a cada 5 anos no caso da conta de luz paranaense, e não houve reajuste anual – que deve ser retomado em 2022.

E a nível nacional a conta de luz conta com mais um agravante: as bandeiras tarifárias. Com a crise hídrica em 2021 foi criada uma nova bandeira, de R$ 14,20 para cada 100 kilowatt-hora (KWh), chamada de bandeira de escassez hídrica. Ela foi acionada em setembro e deve permanecer vigente até abril. Além dela, também houveram outros aumentos, como de +52% na bandeira vermelha patamar 2 e de +39,5% na bandeira amarela, por exemplo. 

Transporte público

No fim do ano passado a tarifa do transporte público em Ponta Grossa subiu de R$ 4,30 para R$ 5,50, após não ser reajustada desde 2019. Porém, o valor técnico aferido pela Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte (AMTT) sugeria que a tarifa fosse a R$ 8,35 e a Viação Campos Gerais (VCG) chegou a contar com graves e receber repasses milionários durante a pandemia, alegando dificuldades financeiras. Como reajustes anuais estão previstos em contrato, a perspectiva é de que haja um novo aumento no decorrer de 2022.

Material e mensalidade escolar

Segundo a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), o material escolar pode ficar de 15% a até 30% mais caro neste ano – e a variação é válida para todas as categorias. O motivo é o aumento generalizado de custos das indústrias e importadores, que deve pesar nesse fortalecimento da volta às aulas presenciais.

Ao mesmo tempo, as mensalidades de escolas particulares também têm a possibilidade de subir, principalmente devido ao reajuste do salário dos professores e ao congelamento de valores em 2020, quando se temia a evasão escolar devido ao início da pandemia. Levantamento realizado pela consultoria Meira Fernandes, especializada em gestão de instituições de ensino, mostra que 90,9% das escolas particulares pretendem aumentar o valor da mensalidade em 2022 e que na maioria dos colégios o reajuste será de pelo menos 7%.

Medicamentos

Os medicamentos também sofrem reajustes anuais, que têm seu cálculo baseado em fatores como a inflação oficial, pontos ligados à produção e outras características de mercado, conforme indica a Lei 10.742/2003. Normalmente a mudança é feita a partir de abril, e para 2022 a expectativa do setor é que a alta seja de aproximadamente 9%.

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