O Governo do Estado prevê potencializar colégios agrícolas do Paraná. Por isso, um projeto de lei foi encaminhado, nesta terça-feira (09), à Assembleia Legislativa para implementar o funcionamento de cooperativas-escolas nos colégios agrícolas e florestais da rede estadual de ensino.
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Colégios agrícolas
Atualmente, o Paraná conta com 23 colégios agrícolas (sendo um florestal/agrícola e outro florestal) em diferentes municípios, com produção de grãos, hortaliças e itens de proteína animal. Nessas instituições de educação profissional, os estudantes realizam diversas atividades práticas de agricultura e pecuária no campo integradas ao ensino médio, em unidades didático-produtivas conhecidas como fazenda-escola. Mas a responsabilidade final sobre todos os processos ainda é da gestão da escola.
Cooperativas-escolas
A intenção desse projeto é dar mais autonomia às fazendas-escola, uma vez que hoje os colégios encontram algumas dificuldades para seu bom funcionamento. Pois a realidade do campo – como o tempo dos ciclos das culturas vegetais e fisiológica dos animais – demanda tomadas de decisões em ritmo distinto do colégio em si. Oque impacta ou mesmo impede o trabalho planejado.
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Na prática, a cooperativa-escola será uma pessoa jurídica sem fins lucrativos, constituída de alunos regularmente matriculados na instituição de ensino, professores e entidades vinculadas. A proposta tem como objeto social a cooperação recíproca de seus associados para promover e estimular o desenvolvimento do cooperativismo com finalidade educativa, em benefício dos associados e da instituição de ensino.
Potencializador
Com isso, a expectativa é dar fim à demora de processos licitatórios para aquisição de remédios e defensivos, entre outros itens necessários à produção, além da dificuldade de obtenção do Cadastro de Produtor Rural CAD/PRO, documentação necessária na aquisição de insumos para o desempenho das atividades práticas ligadas ao campo.
Também há entraves para a administração dos recursos gerados com o excedente de produção, que poderiam ser utilizados para melhorias nesses espaços. Atualmente, por exemplo, alguns colégios têm esse excedente em grãos de soja e milho ou leite decorrente das atividades de ensino-aprendizagem, mas os produtos não são comercializados.
Comércio
O PL prevê a comercialização de produtos que gerem recursos a serem utilizados na própria instituição. Além de proporcionar o contato dos estudantes com novas tecnologias utilizadas no campo por meio de parcerias no ramo do agronegócio, promovendo a utilização mais eficiente dessas áreas.
“A cooperativa-escola possibilitará firmar parcerias, que podem gerar estágios, por exemplo, e essa própria figura jurídica terá condição de contratar menores-aprendizes. Então, os alunos podem ser contratados para desenvolver tarefas específicas dentro da escola voltadas à área técnica, possibilitando crescimento profissional e o ingresso no mercado de trabalho no ambiente cooperativista, que é de extrema relevância”, comenta o coordenador dos Colégios Agrícolas da Secretaria de Estado da Educação (Seed-PR), Renato Hey Gondin.
Cooperativas do PR
O Paraná é referência nesse modelo econômico, sendo berço das maiores cooperativas do País. Com a implementação do modelo, inclusive as cooperativas-escolas podem se aproximar das grandes cooperativas para estimular a troca de conhecimentos.
Pelo projeto, o funcionamento das cooperativas-escolas será restrito à realização de ações promocionais, educacionais e comunitárias. A proposta não acarreta aumento de despesa ou mesmo renúncia de receita, e a cooperativa deverá trabalhar com a obrigatoriedade de prestação de contas à Seed-PR, que irá acompanhar, orientar e supervisionar o funcionamento delas.