Após cinco meses em cartaz, a exposição Múltiplo Leminski, que traz o repertório artístico e cultural do poeta paranaense Paulo Leminski, terá seu período de permanência estendido no Museu Campos Gerais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (MCG-UEPG). A mostra teve início em 3 de agosto e, desde então, foram pouco mais de 1.200 visitantes presenciais em , o dias, o que significa 12 pessoas entrando no museu por dia, embora também haja visitas virtuais.
O diretor de acervo do museu, Rafael Schoenherr, considera que a pandemia pode ter atrapalhado nas visitações. Ele afirma que a prorrogação é uma estratégia para que mais pessoas venham ao museu, na exposição que segue agora até 22 de janeiro. As visitas agendadas, individuais e espontâneas, aconteceram na medida em que a pandemia ficou mais branda no final de 2021, período em que foi decidida a prorrogação até janeiro deste ano.
Múltiplo Leminski
“Nós tivemos um período de muitas restrições, até em relação à idade dos visitantes, devido aos números da pandemia. Somente a partir de novembro pudemos retirar a necessidade de agendamentos prévios, por exemplo”, diz, lembrando que a mostra tem um índice de 10% a 15% de revisitações, pessoas que gostam do que viram em Múltiplo Leminski e voltam depois para ver de novo, com mais detalhes.
Horários
A visitação ao museu é gratuita, de terça a sábado, das 9h às 11h30 e das 13h30 às 17h. Com curadoria de Alice Ruiz, com quem Leminski foi casado por 20 anos, e de suas filhas Aurea e Estrela Leminski, Múltiplo Leminski traz poesias, fotos, músicas e até a réplica do seu escritório, de onde saíram suas produções.
A exposição tem formato híbrido, com visitação presencial e um passeio interativo em 360º, produzido pelo fotógrafo Celso Margraf. Além disso, se desdobrou em conversas virtuais, visitações guiadas, debates e oficinas. O espetáculo “Leminskanções” trouxe um pocket show de Estrela Leminski e Téo Ruiz, no Grande Auditório da UEPG, com um repertório recheado de canções de autoria de Paulo Leminski e parceiros.
Carreira
Durante sua carreira, Leminski experimentou diversas linguagens artísticas, dentre elas a música. Seu legado conta com cerca de 100 canções, todas catalogadas em um livro de partituras.
Depois de Ponta Grossa, a exposição Múltiplo Leminski segue para Cascavel, décima segunda cidade a receber a mostra no Brasil. A primeira foi Curitiba, terra natal do poeta, onde a exposição no Museu Oscar Niemeyer (MON) foi vista por mais de 180 mil pessoas. Paralelamente, a exposição também esteve em Lisboa, Portugal, onde permaneceu de 10 de setembro a 03 de novembro. Múltiplo Leminski acontece pelo edital do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (Profice), da Superintendência Estadual de Cultura do Paraná, com patrocínio da Copel. O projeto ainda conta com apoio da Associação de Museus dos Campos Gerais, Secretaria de Turismo de Ponta Grossa, Hotel Planalto e Lumen Café+Gastronomia.
Ilustríssimo Leminski
Em dezembro, a exposição se desdobrou em cartazes produzidos pelos alunos do 2º ano do curso de Licenciatura em Artes Visuais da UEPG. “Ilustríssimo Leminski” traz a interpretação de poemas, com base em orientações das aulas de Gravura e Pintura e a partir da visita guiada à exposição sobre o poeta e de conversas virtuais com Patricia Camera, Cristina Mendes e Áurea Leminski. As orientações foram realizadas pelos professores Patricia Camera, Cristina Mendes, Marcio Campos e Priscila Mocelin.
Museu
O serviço de pesquisa no acervo do Museu está fechado durante o mês de janeiro, devido ao recesso universitário, e reabre em fevereiro. O MCG fica na Engenheiro Schamber, esquina com a XV de Novembro, no centro de Ponta Grossa.
Outras atrações
Durante o período de exposição, foram ofertadas três conversas em formato de lives, todas com a presença da Áurea Leminski, professores e estudantes da instituição. “O site do MCG disponibilizou verbetes do mundo leminskiano, relacionados à exposição, como forma de aprofundamento histórico e de pesquisa, desenvolvidos pelo historiador Ricardo Gonçalves, contratado da mostra”, explica o diretor do Museu, Niltonci Batista Chaves.
Segundo o diretor, a vinda da exposição trouxe um ganho para a economia cultural da cidade, com a contratação de mão de obra na montagem e no grupo da ação educativa. “Outro ponto importante foi o ganho de ofertas aos turistas, vários dos visitantes, em novembro e dezembro, eram de outros estados e estavam hospedados no Hotel Planalto, parceiro da mostra”.
Ganho interno
Ainda de acordo com Niltonci, a exposição trouxe um ganho mais interno e técnico, com a possibilidade da equipe do MCG de trabalhar de perto com profissionais de primeira linha da Múltiplo Leminski, na montagem da exposição. “O que resultou em aprendizados quanto à instalação, iluminação, critérios expositivos e práticas de manutenção”.
O sucesso da exposição em Ponta Grossa levou a curadoria a propor um desdobramento para Palmeira, com a estreia da mostra ‘Meu Coração de Polaco Voltou’, em parceria com a Associação de Museus da Região dos Campos Gerais. “Recebemos trabalhadores do CAPS de Uvaranas e houve uma troca frutífera de informações, bem como docentes de colégios públicos e particulares que nos procuraram”, destaca Niltonci.
Atividades
Professores de literatura também desenvolveram atividades específicas, com premiações a estudantes que produziram conteúdo sobre o Museu. “A exposição contribuiu também para maior acesso ao contexto de produção da obra Toda Poesia, solicitada no Vestibular e PSS da UEPG. Em função disso, houve boa procura pelo público jovem”.
Mesmo com a pandemia e com a suspensão das aulas presenciais, estudantes e docentes de diferentes cursos da UEPG foram ao Museu, como os cursos de Artes, História, Jornalismo, Educação e Serviço Social. A mostra também integrou a Semana de Artes do Departamento de Artes da UEPG, com o lançamento da exposição Ilustríssimo Leminski, no hall do MCG, a partir de trabalhos desenvolvidos em disciplinas do curso de Artes Visuais.
Acesso virtual
A mostra também ampliou o acesso com a disponibilização de passeio virtual em 360º, com o trabalho fotográfico de Celso Margraf. A plataforma permitiu a realização de visita guiada online com grupos de estudantes da UEPG. O Leminskanções, pocket show de Estrela Leminski e Téo Ruiz, que aconteceu no Grande Auditório da UEPG, levou 100 pessoas para o evento em novembro.
“O show teve participação especial de Marinho Galera, que encantou o público. O músico, que foi parceiro de Paulo Leminski e que hoje reside em PG, é mencionado na exposição. Então essa possibilidade de extrapolar o Museu, na forma de uma experiência cultural mais ampla, foi muito instigante a todos os envolvidos”, salienta.
Comunidade universitária
O diretor do MCG ressalta as visitas da comunidade universitária como um retorno importante para a instituição. “Como das professoras do Centro de Atenção Integral a Criança e ao Adolescente (Caic) e dos agentes universitários da ProRH, que puderam acompanhar visitas especiais e monitoradas, sempre num tom de conversa e de troca”.
O público que visitou a exposição foi diverso, finaliza Niltonci. Segundo ele, a maneira de recuperar visitantes era uma dúvida para todos os museus depois do primeiro ano de pandemia.
“Tivemos uma resposta muito positiva de moradores de Ponta Grossa e de turistas, sobretudo pela diversidade de perfis profissionais, sociais e etários que visitaram a mostra desde agosto do ano passado. É uma exposição que contempla essa gama de interesses”. Todas as visitas aconteceram com um rígido protocolo de biossegurança, além do uso máscara e distanciamento social.
“Ao mesmo tempo em que estava em Ponta Grossa, a exposição fez também sua estreia internacional, em Lisboa, de modo que isso nos dá segurança para firmar a inclusão da UEPG na rota e no circuito das principais exposições do país”, completa. (Com informações da assessorias de comunicação da UEPG)