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Engenheira dá dicas de como reduzir consumo de combustíveis em meio à alta de preços

Desde o início do ano, a gasolina acumula alta de 54% nas refinarias, enquanto o diesel subiu 41,6%

A professora de Engenharia Elétrica e doutora em Engenharia Mecânica concedeu uma entrevista ao vivo ao DC nesta sexta (12) (Foto: José Aldinan)

Com as idas aos postos de combustíveis pesando cada vez mais no bolso dos motoristas, muitos tentam diminuir o consumo do veículo adotando algumas técnicas – que nem sempre funcionam. Para explicar o que realmente é válido na hora de economizar combustível o Diário dos Campos entrevistou Fernanda Corrêa, professora de Engenharia Elétrica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) que é também doutora em Engenharia Mecânica. A entrevista foi transmitida ao vivo pelo portal dcmais e pode ser confira neste link.

“Duas coisas são bastante importantes no consumo de combustível: a forma com que o motorista age no volante e os cuidados em relação ao veículo porque a manutenção afeta bastante a forma como o sistema trabalha”, disse a engenheira.

Quanto às práticas ao dirigir, Fernanda cita a importância de manter uma velocidade constante nesse sentido. “Para economizar combustível deve-se evitar acelerações e frenagens bruscas. O motor de combustão é um sistema que trabalha de melhor forma quanto está num regime estacionário. A estratégia é ficar atento ao que vai acontecer lá na frente no trajeto; vai tirando o pé do acelerador e deixa o próprio veículo seguir com a energia que tem no momento”, explicou a professora.

Outra dica dada por ela é não estender muito a marcha. “Quem possui carro manual pode prestar atenção no conta-giros, que vai orientar o momento exato pra fazer a troca de marcha, e também aos sinais sonoros”, indica.

Ponto morto

Uma das lendas mais comuns quando se fala em economia de combustível é o uso do “ponto morto” em descidas, conforme destaca a professora de engenharia. “Além de ser bastante perigoso, porque deixa o motorista sem controle nenhum do carro porque ele perde o contato em relação à caixa de transmissão, também não provoca economia nenhuma. Isso porque o motor vai estar por volta de 700, 800, 900 rpm e deixa o ponto péssimo na operação do mapa de eficiência do motor”, diz.

“Ou seja, está consumindo combustível para um trabalho que no momento não precisa realizar. O que é indicado num momento de declive é colocar a marcha mais elevada e aí sim aproveitar que ali o próprio veiculo vai estar girando o motor por meio da caixa de transmissão, então se consegue cortar o consumo de combustível”, ressalta Fernanda.

Manutenção

Fernanda Corrêa também frisa a importância da manutenção preventiva para não apenas evitar o aumento de consumo de combustível, mas também diminuir as chances de gastos extras com reparos.

“Filtro de ar, filtro dde combustível, injeção eletrônica, vela, alinhamento e balanceamento… tem que tomar bastante cuidado com todos esses dispositivos porque eles atuam diretamente no momento da combustão. Outro ponto é a calibragem dos pneus, que tem que ser feita a cada 2 semanas porque pneus mais murchos gastam mais combustível devido à aderência com o solo aumentar e o veículo ter que fazer mais força pra se deslocar – e essa força vem do combustível”, explica a engenheira.

Alta nos preços

Desde o início do ano a Petrobras já anunciou seis aumentos no preço da gasolina e cinco no do diesel, aplicado aos produtos nas refinarias. Com isso, neste período a gasolina acumula alta de 54% nas refinarias, enquanto o diesel subiu 41,6%.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta semana o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, que apontou que os combustíveis acumulam alta de 28,44% nos últimos nove meses. O índice total ficou em 0,86% em fevereiro, depois de ter subido 0,25% em janeiro – taxa que é a maior para o mês desde 2016, quando ficou em 0,9%.

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