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Crônicas da injustiça social

O Brasil, historicamente é um país desigual. Temos muitos miseráveis e alguns muito ricos. Culturalmente, esse modelo também é fadado à continuidade pelos modos como o país é gerido e pela perspectiva do que é justiça.

Já trouxemos a esta coluna, em meados de 2014, uma breve crônica sobre justiça tributária e controle governamental em uma tentativa de expor os motivos de tanta gente precisar de apoio governamental e de ser tão difícil fazer algo dar certo em nossa bela terra tupiniquim.

Hoje traremos outra crônica, para reflexão:

Pedrinho e Gabriel, andavam pela rua, voltando da escola, quando Gabriel vê duas maçãs maduras recém caídas da macieira, uma pequena e uma grande. Após pegá-las, vê que Pedrinho gostaria de ganhar uma das maçãs, então, como bom amigo que era, entrega para ele a menor e fica com a maior.

Pedrinho, descontente ao perceber que ficara com a menor maçã, questiona:

_ Como você é injusto! Que ganancioso! Quanto egoísmo! Ficou com a maçã grande e me deu a pequena!

Gabriel, ouvindo todas as reclamações, responde:

_ Pedrinho, se você tivesse encontrado as duas maçãs, o que você teria feito?

Pedrinho, esperto, dispara:

_É lógico que eu teria ficado com a pequena e dado a grande para você!

E Gabriel responde:

_ Mas foi exatamente o que eu fiz!

Eis então, a qualidade da desigualdade: Pedrinho ficara insatisfeito ao conseguir algo, que foi dado por Gabriel, no entanto, não tentou escalar a macieira para buscar algo melhor para si.

Sendo extremamente simplista, o problema do Brasil é que, pelas condições de miséria, muitos nascem com braços e pernas fracos demais para poder escalar tal macieira. Os que possuem escadas e as alugam em troca de parte das maçãs recolhidas, são vistos como bandidos tentando tirar proveito desses mais frágeis. No entanto, quem os vê como bandidos e cobra deles a não-cobrança da locação, não quer dividir com eles a sua própria escada, muito menos sua própria macieira.

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