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Conheça um pouco da história das plantas medicinais

Desde os primórdios da civilização, as plantas medicinais se constituíram o único recurso disponível para tratar as enfermidades. O homem primitivo, totalmente místico nesta era, não compreendia e atribuía a influência das enfermidades aos espíritos malignos. Tal era sua crença, que os primeiros medicamentos não foram os chás, como a maioria pensa, e sim os perfumes: essências de flores fétidas usadas para espantar os maus espíritos.

"O tempo foi passando e nativos de todas as regiões do mundo através do empirismo e experimentação (Etnofarmacologia) foram descobrindo pelas tentativas e erros quais plantas poderiam ter atividades terapêuticas. Portanto, o saber popular, passado de geração a geração, deve ser respeitado em todas as suas instancias", destaca a pesquisadora Dione Navarro, que cita que todas as plantas que contém cafeína, por exemplo (café, chá, coca, guaraná) foram descobertos por tribos indígenas.

"O próprio jaborandi (Pilocarpus jaborandi), usado em glaucomas e como estimulante do bulbo capilar nas quedas de cabelo, foi descoberto pelo índios tupis-guaranis e a erva baleeira (Cordiaverbenácea), planta genuinamente brasileira e usada pelos indígenas, deu origem a um anti-inflamatório natural semelhante ao diclofenaco sódico, porém sem seus efeitos colaterais de agressão à mucosa gástrica", conta Dione.

A pesquisadora explica que muitas plantas ainda são protótipos naturais para obtenção de medicamentos, como exemplo o AAS (Ácido Acetil Salícilico), hoje totalmente sintético, mas que foi obtido a partir de um composto químico do salgueiro-chorão (Salix alba), o qual serviu de modelo, ou o Viagra, obtido a partir da modificação estrutural da molécula da cafeína. 

Erva baleeira
Jaborandi

Cuidado!

"Planta medicinal: se não curar, mal não faz". Esta afirmação, além de incorreta, é a maior incoerência que podemos ouvir, segundo Dione, pois toda planta medicinal é constituída por componentes químicos potencialmente ativos, chamados de metabólitos secundários e responsáveis pelas mudanças fisiológicas no organismo. "Estes princípios ativos podem curar ou podem matar. Como dizia Hipócrates, (pai da Medicina): toda planta pode ser seu alimento, seu remédio ou seu veneno. Tudo vai depender da dose ingerida". Ela cita como exemplo, a estricnina, um dos venenos mais poderosos que existe. Ele é um alcalóide (composto químico) extraído da planta Stricnos e usado frequentemente como veneno para roedores. "Por isso a automedicação deve ser evitada, quando não se conhece a planta", reforça.

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