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Clube tem leitura nesta terça na Hemeroteca

O debate de quadrinhos nacionais e estrangeiros publicados na década de 2010, tem espaço na Hemeroteca da Biblioteca, Bloco “D”, do Campus Central (Praça Santos Andrade, 1), nesta terça-feira (02 de outubro), das 19h às 21h, com os participantes do Clube de Leitura de Quadrinhos. Trata-se de projeto de extensão da UEPG, dedicado à leitura que se desenvolve em parceria com a editora paulistana Veneta, especializada na publicação de títulos da Nona Arte. Coordenado pelo professor do Departamento de Jornalismo da UEPG e jornalista, Ben-Hur Demeneck, a participação no projeto dá direito à certificação, respeitando-se as horas de presença exigidas.

Para o encontro, o Clube de HQ UEPG/Veneta selecionou para debate "Burroughs", de João Pinheiro. O produtor gráfico e do publicitário, Erikson Cruz, será o mediador do debate do encontro de outubro. A história em quadrinhos em debate é definida pela coordenação do Clube da Leitura como um mergulho no universo de um dos mais brilhantes, intrigantes e perturbadores escritores do século XX, William Burroughs. “Um gênio da literatura. Um visionário. Um ocultista. Um paranoico delirante. Um violento psicopata. Um viciado. Um herói. Um assassino”.  Ben-Hur assinala que  João Pinheiro transforma a biografia, os pensamentos e as alucinações de William Burroughs em uma história cheia de suspense, um romance policial que tem revoluções e alienígenas, e onde o humor se mistura com o terror.

O artista visual e autor de histórias em quadrinhos, João Pinheiro é coautor de Carolina (Veneta, 2016), que conta a história de Carolina Maria de Jesus, um dos grandes fenômenos literários do Brasil nos anos 1960, que teve repercussão com seu livro de estreia “Quarto de Despejo”. A biografia em quadrinhos feita por Sirlene Barbosa e João Pinheiro foi indicada ao prêmio Jabuti e lançada também na França. João Pinheiro publicou os álbuns BURROUGHS (Veneta, 2015), lançado também na Turquia e na França, e Kerouac (Devir, 2011). Também colaborou para revistas como Hipnorama (Argentina), Inkshot (Estados Unidos), Serafina, Rolling Stone e Bill (Brasil).

Repercussão da HQ

Ben-Hur cita o texto "A ilusão revolucionária de William Burroughs – João Pinheiro e a busca filosófica do escritor norte-americano", por Rosane Pavam, publicado em 11 de outubro de 2015 – Carta Capital. “Equilíbrio gráfico, domínio narrativo, expressão poética e apoio na imagética kafkiana fazem de Burroughs uma pequena-grande história”. Um pouco de filosofia talvez ajude a explicar esta pequena-grande história em quadrinhos (Burroughs, Veneta, 128 págs., R$ 39,90) em torno da obra e, portanto, dos tormentos de William Burroughs. Morto em 1997, aos 83 anos, o escritor norte-americano presenciou a aventura beatnik até seu aprofundamento.

Em 1951, matou com um disparo acidental de revólver a esposa Joan, fato que ligou ao verdadeiro início de sua carreira como escritor. Principalmente, e tantas vezes por meio de drogas alucinógenas, procurou, em tudo o que estivesse à margem seu centro, uma realidade superior à oficial, burguesa e consumista, esta com a qual ele não imaginava ser possível compactuar. A revolução de Burroughs como artista foi a de principalmente destinar à palavra um papel construtor, como se a linguagem criasse tudo o que somos e vemos, e só ela pudesse nos salvar. 

Era seu modo de ver as coisas, apoiado em tempos diversos por filósofos como Richard Rorty, mas negado por artistas populares à moda do cineasta Woody Allen, para quem a realidade ainda seria o único lugar possível onde comer um bom bife. Burroughs teria preferido, ao contrário, conferir ao real o status revolucionário de ilusão. João Pinheiro, autor de Kerouac, em 2011, pela Devir, e cujo trabalho se viu publicado na Argentina e nos Estados Unidos, sintetizou com inventividade os passos e a busca daquele que às vezes assinava William Lee. Na história em quadrinhos Burroughs, está descrito o modo pelo qual a escrita libertou seu autor. 

Com equilíbrio gráfico, domínio narrativo e expressão poética, esse desenhista brasileiro buscou auxílio na imagética ficcional kafkiana e representou sem temor a grande barata como companheira de reflexão de seu personagem. É ela o ser inconsciente, engrandecido e ambíguo que lhe confidencia a existência de um universo alternativo a ser perseguido, tanto quanto dos meios para controlá-lo. Se a realidade é de quem a vê, os olhos de Pinheiro são muito bons. 

Leituras do Clube

O Clube de Leitura tem encontros mensais, nas terças-feiras, das 19h às 21h, na Hemeroteca da Biblioteca Central. Para os encontros, Ben-Hur recomenda que os participantes façam leitura prévia integral da HQ. Os participantes frequentes tem direito a certificado de 18 horas. Os parceiros do Clube de Leitura são Editora Veneta; Biblioteca Central Professor Faris Michaele; Projeto de Extensão Cultura Plural/Jornalismo UEPG; Nupepes – Pedagogia, Pedagogia Social e Educação Social; e Clube de Humor e Quadrinhos Barão de Itararé. Os próximos encontros estão previstos para 05 de novembro (Holandeses, de André Toral) e 04 de dezembro (Anglola Janga, de Marcelo D’Salete).

O Clube de Leitura tem encontros mensais (foto: Divulgação)

 

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