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Caro Michel Temer,

Venho por meio desta carta, expor uma pequena crônica vinculada à situação de solvência do governo federal e à nossa dívida pública crescente.

Certa vez conheci um homem chamado Pedro, era diretor de uma empresa de exportação de commodities chamada Brasil do Futuro S.A., cujo principal produto era o minério de ferro. O preço do minério de ferro, e das commodities em geral, havia subido imensamente entre 2002 e 2010 devido ao crescimento asiático, impulsionado pela China. Nesses bons tempos, Pedro melhorou significativamente seu padrão de vida devido à participação nos lucros da empresa que crescia. Ao chegar em 2011, sua família, já acostumada com a gastança desenfreada, manteve o mesmo padrão: Viagens mundo afora, carros novos, festas, tudo era lindo e Pedro não estava preocupado, afinal de contas, as commodities estavam no seu auge.

No entanto, poucos meses se passaram e as commodities começaram a perder valor. Uma vez que a produção era grande e a demanda arrefecera com a redução do crescimento chinês, a Brasil do Futuro S.A. deixou de apresentar bons resultados, não mais pagando participações nos lucros. Assim, Pedro e sua família tiveram de realizar cortes de orçamento e tiveram de voltar a viver de modo mais modesto.

Apesar de Pedro ter boas reservas financeiras para emergências, as quais seus filhos queriam usar, ele insistiu para que a família fizesse um esforço e todos passaram a gastar menos, viajar menos e deixaram de trocar seus carros. As roupas de marca foram trocadas por marcas não tão caras e o cartão de crédito deixou de ser utilizado, passando a ser usado somente o débito. Dessa forma, Pedro conseguiu se adaptar à nova realidade da Brasil do Futuro S.A. sem deixar o essencial de lado, como a educação dos filhos e o plano de saúde. Cortou-se apenas o que realmente não era necessário, como por exemplo: 30 ministérios e crédito para consumo sem crédito para produção. Agora, o nosso diretor está preparado para, caso a empresa volte a crescer, ele possa investir mais ao invés de focar em gastos, dessa forma, planejando sua aposentadoria e um futuro melhor para sua família.

Futuro presidente, não cometa os mesmos erros que sua antecessora, por favor aprenda com o exemplo de Pedro e sua família. Quando tratamos de orçamento familiar, orçamento de uma empresa ou o orçamento de um país, a única verdadeira alteração é o volume financeiro: as regras para o sucesso são exatamente as mesmas. Faça do Brasil do futuro um lugar melhor para todos.

Um grande abraço,

João Guilherme Penteado.

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