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A verdadeira história, que a maioria não conhece!

“A data de hoje é festejada com muito entusiasmo, por tratar-se da primeira data importante e registrada pela mais alta autoridade da nação, nosso Imperador Dom Pedro I, mas essa não é a data de fundação de nossa cidade”, explica o ponta-grossense Edmundo Schuwab, contador aposentado e estudioso da história de Ponta Grossa. Segundo ele, as pessoas não conhecem a verdadeira história da cidade. “Ponta Grossa não foi fundada, e até 1855 ainda era um bairro de Castro”, explica. Em 6 de dezembro de 1855, foi fundada a Câmara de Ponta Grossa, dirigida na época por Frederico Bahls. “Foi quando a cidade deixou de ser dependente de Castro, e Frederico Bahls era uma pessoa muito importante para a cidade”

Segundo ele, o dia 15 de setembro de 1823 foi a data em que o imperador constitucional do Império do Brasil decretou a criação de uma nova ‘Freguesia’, a partir da criação da Capela Nossa Senhora Sant’Ana. “Este foi o decreto nacional número 15. Não havia cartório naquela época, então as pessoas faziam os registros nas igrejas, e então Ponta Grossa passaria a ser uma freguesia com a criação da primeira igreja, que mais tarde seria a matriz”, destaca.

De acordo com Edmundo, a história aponta que, a data da criação da primeira igreja em Ponta Grossa também foi marcada uma disputa entre dois fazendeiros. “Cada um deles queria que a igreja fosse construída em sua propriedade, uma delas em Uvaranas e outra em Nova Rússia, mesmo que o decreto determinava que a construção deveria ser  em lugar vizinho à capela denominada Casa de Telha, no Bairro de Ponta Grossa”, conta. A história verdadeira, de acordo com Schwab revela ainda que, o decreto foi trazido em mãos por uma pessoa de Jaguariaíva, que também foi elevada à freguesia por decreto emitido na mesma data de 15 de setembro. Na Região dos Campos Gerais, Jaguariaíva também comemora hoje aniversário, também de 190 anos.

Em Ponta Grossa, não houve acordo entre os “poderosos” da época. O impasse seguiu até dezembro, quando surgiu, então, de alguém da comunidade não identificado na história, a proposta para que fossem soltos um ou dois pombos, que pousariam no exato local da construção da igreja. “Não se tem certeza se foram um ou dois pombos, essa é a grande dúvida da nossa história”, revela.

O pombo, ou os pombos, então pousaram onde hoje é a Catedral de Sant’Ana, a mais nova das arquiteturas da primeira igreja da cidade. “A primeira catedral foi construída em 1862, era simples, e a segunda construída em 1904, demolida para a construção dessa nova e moderna catedral”, conta.

 

A história não contada

Cheio de conhecimento e histórias, Schwab sonha que essa verdadeira história seja conhecida nas escolas e por todos os ponta-grossenses. E não só de leitura e pesquisa vem o conhecimento deste rapaz de 83 anos, mas ele foi aluno e amigo do famoso professor Faris Michaele. “Ele foi precursor mesmo, fundou o Centro Cultural Euclides da Cunha e convidou eu e mais 40 pessoas para participar. Nos reuníamos semanalmente, para falar de cultura. Eu tinha 21 anos apenas e ele me tratava como gente de verdade. Era uma sumidade, não tinha orgulho, falava 15 idiomas”, lembra. Hoje ele expõe, com orgulho, o diploma de sócio efetivo Centro Cultural Euclides da Cunha. A convivência com Michaele foi tão intensa e marcante, que Schwab hoje é presidente do Centro Cultural Professor Faris Michaele

Apaixonado por Ponta Grossa, Schwab já recusou proposta milionária para mudar de cidade, ainda quando as filhas eram pequenas. “Fui convidado por uma empresa de distribuição de petróleo para morar em Guarapuava, mas a natureza, o clima e a história de Ponta Grossa me envolvem, nossos campos são lindos, não saio daqui por nada”, acrescenta Schwab, que acredita que esta história verdadeira tem mais valor do que aquela contada dos tropeiros.  “Eles só passaram por aqui, nossa história é muito mais rica”, finaliza.

Marco Fávero

Apaixonado por Ponta Grossa, Edmundo Schwab garante: “as pessoas não conhecem nossa história”

 

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