Com a queda iminente de Dilma Rousseff, o mercado de capitais deu uma guinada: Dólar desabou, Ibovespa disparou e os juros futuros caíram absurdamente…. Mas espera aí, juros futuros?
A taxa de juros do Depósito Interbancário, DI, dos anos seguintes ao atual é negociada na bolsa de valores e serve como referência para dívidas e investimentos pré-fixados em renda fixa. O DI corrente sempre anda próximo à Taxa Selic e o DI futuro tem vencimento (fica no mesmo patamar do DI atual e é encerrada a negociação) no mês de janeiro de cada ano. É um mercado com muita liquidez e um altíssimo volume financeiro, com vários bilhões de reais negociados diariamente.
No auge do auê político, em setembro/2015, quando Dilma estava mandando e desmandando, brincando de enterrar o Brasil, a taxa de juros para Janeiro de 2018 chegou ao absurdo patamar de 17,65% ao ano. Ou seja, o mercado previa que o país iria se deteriorar tanto a ponto de precisar de uma taxa de juros a esse nível, o que, claramente era um exagero do mercado. Ainda mais se considerarmos que Dilma sempre foi adepta da derrubada artificial dos juros para fomentar o consumo (achando que isso gera crescimento econômico…). O momento de altas taxas futuras perdurou até Janeiro de 2016, quando fortaleceu-se o processo de pé-na-bunda da presidenta.
Desde então as taxas de juros futuros caíram abruptamente, com o Janeiro/18 chegando a 12,71% no encerramento do dia 05/05. O que isso significa?
Mais uma vez o mercado exagerou. Temer não é um super-herói, ainda pode ser cassado no TSE e o país continua em forte crise econômica. Michel Temer precisará tomar excelentes decisões macroeconômicas e tirar o país do buraco para consolidar essa precificação de melhoria do país e queda nas taxas de juros. O COPOM já declarou que a situação é crítica e não permite corte dos juros no curto prazo… O que isso quer dizer?
Significa que o ideal é continuar investindo em renda fixa pós-fixada… ao menos até o mercado financeiro recobrar sua consciência.