Na mitologia grega, a Fênix, um pássaro conhecido pela sua elevada força proporcional, quando morta, entrava em autocombustão e renascia das próprias cinzas após algum tempo. Símbolo do renascimento espiritual e da renovação, a personagem ainda habita livros e filmes de ficção.
Quase como a Bolsa de Valores de São Paulo, que nesta segunda-feira renascia com volume recorde de negociações e subia incríveis 5% até o encerramento deste artigo, recuperando parte da forte queda do mês de setembro.
Quase como Aécio Neves, nas eleições presidenciais… E bem diferente de Marina Silva…
A estratégia do Atirei o pau na Marina, mas a Marina não morreu, ao que parece, matou! Bom para Dilma, excelente para Aécio.
A grande surpresa de domingo foi a ascensão do candidato tucano. Renascido das próprias cinzas após cogitar apoiar Marina Silva para o segundo turno há poucas semanas, a Fênix mineira trouxe ao mercado de capitais o ânimo e a esperança que haviam sido roubados com a evolução de Dilma Rousseff nas pesquisas.
Para quem não acredita na influência dessas questões nos investimentos: somente na abertura do pregão de ontem o dólar cedia 3,5%; ações preferenciais da Petrobras (PETR4) subiam 16,3% e os juros do mercado interbancário caiam 2%.
Sem dúvida alguma, a única perdedora maior que Dilma foi Marina. Sem ter para onde correr, a candidata deve optar por se abster ou apoiar o PSDB, visto que já disse não apoiar o PT, enquanto o seu partido, o PSB, já costura apoios com o neto de Tancredo. Visivelmente assustada, a candidata petista, em pronunciamento pós-primeiro-turno, já acusou o PSDB de ter governado para uma minoria e que a população não quer os fantasmas do passado. Tendo a menor votação desde Collor, em 1989, o risco de perda da reeleição é grande.
A recuperação não-precificada de Aécio traz à tona uma questão crucial e que mexe com os brasileiros: diante desse sentimento de esperança com a ascensão oposicionista, terá o PT forças suficientes para continuar governando?