Com a alta do dólar, todos querem investir na moeda americana… Começaram errado.
O ativo já subiu muito, e deve subir ainda mais. No entanto, é arriscado buscar exposição em ativos onde há unanimidade de opinião, afinal de contas, se todos estão apostando na alta e todos comprarem, quem comprará depois para manter o papel em ascensão?
Alguns especialistas dizem que a alta do dólar já é uma bolha, pois não é só no Brasil que a moeda nacional se desvaloriza de forma assustadora. Outros dizem que a tendência é natural, uma vez que os Estados Unidos apresentam uma economia mais robusta, com uma boa retomada em seu crescimento e indicações de que, por lá, os juros devem subir em breve.
No Brasil, em termos globais, nos resta analisar uma das moedas que mais se deterioram, uma economia fraca, um governo que culpa atos de 20 anos atrás pela sua incompetência e uma taxa de juros elevada devido a uma inflação praticamente fora de controle.
Com tudo isso, pergunta-se: e a bolsa? É o fim dos tempos!?
Nesses últimos tempos, de recessão e desespero, o tempo passa, o tempo voa e a bolsa de valores continua numa boa… Em termos!
Mesmo que a Bolsa de Valores de São Paulo e as cotações do dólar americano comumente tenham comportamento inverso, a nossa bolsa não tem caído nem de perto o que o dólar tem subido. Isso ocorre devido à um fenômeno um tanto inusitado:
Bolsa brasileira está caindo tanto quando dolarizada, que em reais ela não se altera devido ao fluxo de entrada de capital estrangeiro pelo Brasil estar muito barato. Em termos brutos, a nossa Bolsa em dólar está em seu pior patamar dos últimos 6 anos. Estamos, a cada dia, mais próximos dos valores do auge da crise internacional de 2008. Mas dessa vez, a crise internacional só existe na cabeça da presidente. Em 2015, o Índice Bovespa caiu apenas 1,6%. Caso o índice seja atrelado à moeda americana, a queda é de 15,8%!!!
Fica a pergunta: está barato investir no Brasil? Em tempos de dúvida, a renda fixa pode ser a melhor solução. Ainda mais quando a taxa básica de juros é uma das mais elevadas do mundo e o país tem problemas estruturais a serem resolvidos. No longo prazo, ainda acreditamos no país e esperamos, um dia, ver que o Brasil não era o país do futuro só no discurso.