Adjetivos como vergonhoso e vexaminoso fizeram parte da semana do futebol paranaense. Se na semana passada o aproveitamento dos clubes do estado foi de 100% na primeira fase da Copa do Brasil (com as classificações de Coritiba, FC Cascavel e Azuriz), nesta semana o cenário foi oposto. Melhores no ranking de clubes em relação aos adversários, Operário, Londrina e Paraná Clube amargaram eliminações contra Real Noroeste, Ceilândia e Pouso Alegre.
Os três clubes deixaram de ganhar o prêmio de R$ 750 mil fornecido aos classificados para a segunda fase. O Fantasma, por exemplo, almejava alcançar pela primeira vez a terceira fase. Nos bastidores, a diretoria trabalhava com a possibilidade de avançar até as oitavas de final, o que garantiria R$ 6,2 milhões em prêmios.
No final das contas, a derrota para o Real Noroeste por 2 a 1 deixou o Fantasma com dez vezes menos: R$ 620 mil somente pela participação.
Além disso, do ponto de vista histórico e técnico, a eliminação na primeira fase representa algo quase inédito em Vila Oficinas. O Operário só havia amargado revés semelhante na Copa do Brasil em 2012, quando sequer tinha calendário no segundo semestre. Daquela vez perdeu por 4 a 0 para o Juventude (RS), que jogaria a Série D na temporada.
Nem mesmo o elenco do Fantasma de 2016, que acabou rebaixado no Paranaense, amargou despedida tão precoce. Aquele time, sob comando de Gerson Gusmão, passou pelo Criciúma na primeira fase da Copa.
O termo ‘vergonha’ é um dos mais usados pela torcida alvinegra após o fracasso de 2022 no Espírito Santo. Palavra semelhante foi usada pelo técnico Ricardo Catalá em entrevista coletiva após o jogo. Ele e o goleiro Simão têm sido os principais alvos de críticas.
“Sentimento é de frustração. Disse para os jogadores e disse para a direção que eu estava envergonhado daquilo que produzimos no jogo e de como não fomos competentes para vencer um adversário que, com todo o respeito, não era melhor do que nós. Eu não sou covarde, não fujo de responsabilidade. A responsabilidade é 100% minha do que aconteceu hoje [quarta]”, disse o comandante do Fantasma.
A partir de agora a responsabilidade do clube está no Campeonato Paranaense. Neste domingo (6), o alvinegro recebe o Azuriz, às 16h, no Germano Krüger. O duelo define quem será o adversário do Operário no mata-mata do Estadual. Se vencer e o Maringá tropeçar contra o Coritiba, o time de Catalá vai encerrar a primeira fase na liderança.
Os classificados
Apesar do fracasso com Operário, Londrina e Paraná Clube, o futebol paranaense ainda tem quatro representantes na Copa do Brasil. Dois deles não eram ‘favoritos’ na primeira fase. FC Cascavel e Azuriz eliminaram rivais que estavam melhores no Ranking Nacional.
A Serpente passou pela Ponte Preta e vai pegar o Tocantinópolis na próxima etapa. Já o Azuriz despachou o Botafogo (SP) e tem outro paulista pela frente: o Mirassol.
O único favorito que avançou foi o Coritiba. Após eliminar o Bahia de Feira, o Coxa vai enfrentar o Pouso Alegre (MG) na segunda fase.
O quarto paranaense é o Athletico. Entretanto, o Furacão entra diretamente na terceira fase da competição por estar na Libertadores.
Mais da metade da Série B está fora da Copa do Brasil
Dos 20 clubes que vão participar do Campeonato Brasileiro da Série B em 2022, somente nove ainda permanecem na Copa do Brasil. Oito deles avançaram na primeira fase. A lista tem CSA, Criciúma, Cruzeiro, Guarani, Sampaio Corrêa, Tombense, Vasco e Vila Nova. O nono clube é o Bahia. Campeão da Copa do Nordeste, os baianos entram na terceira fase da competição.
Em contrapartida, outros nove times amargaram eliminações na estreia da Copa. Além de Operário e Londrina, a lista de derrotados tem CRB, Chapecoense, Grêmio, Náutico, Novorizontino, Ponte Preta e Sport.
Por fim, Brusque e Ituano sequer conseguiram vagas no torneio nacional de mata-mata.