Aquele torcedor solitário que ficava sobre uma velha mobilete encostada no muro do Estádio Germano Krüger, vazio devido à pandemia, espiando jogos do Operário, morreu no início do ano passado. Mas a memória de Grasito Klososki permanece.
Nesta quarta-feira (19), a Câmara Municipal de Ponta Grossa vota projeto de lei que pretende denominar de ‘Grasito Klososki’ o Campo de Futebol Society localizado no Complexo Ambiental Governador Manoel Ribas, no Centro da cidade.
Grasito, apaixonado pelo Operário, morreu aos 76 anos vítima da covid. Era açougueiro aposentado e nascido em Ponta Grossa. Deixou esposa e três filhas à época.
História
Poucos dias após o falecimento de Grasito, o então editor e repórter do DCmais, Walter Téle Menechino, escreveu sobre o torcedor. Confira abaixo o texto publicado no dia 28 de fevereiro de 2021:
Peço licença para um testemunho pessoal. O estádio fica no caminho que faço todas as noites do jornal para casa e, uma noite aquela figura na ponta dos pés sobre uma motinha me chamou a atenção. Foi no ano passado, quando o campeonato foi retomado. Naquele dia, o estádio vazio estava iluminado.
Parei, esperei o intervalo do jogo – ele se negou a falar antes – e conversei com Grasito. Me disse que desde criança torcia para o Fantasma e, sobre o jogo que via, criticou a marcação de um dos laterais do seu time de coração. (E não é que o gol que levou o Operário à derrota naquela noite, por 2 a 1, foi justamente no flanco aberto indicado por Grasito). Não lembro do adversário.
Grasito faleceu no dia 31 de janeiro, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Santa Paula, mas só neste domingo (28), com a informação sobre a homenagem que o time da sua vida vai fazer, entendi porque há tempos não via o torcedor solitário se equilibrando sobre um banquinho de madeira que, depois de algum tempo, acabou encaixando ao banco da motoca, para ter um pouco mais de visão e de conforto, que o céu há de provir.
Aqui uma das matérias publicadas sobre Grasito.
