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Gaeco mostra depósito para jogador do Operário em esquema de manipulação

Paulo Sérgio é o atual capitão do Fantasma. Foto: André Jonsson / OFEC

Um documento que consta no processo que denunciou oito jogadores por envolvimento em esquema de apostas na Série B do ano passado mostra depósitos antecipados de R$ 10 mil a atletas que estariam envolvidos com o grupo criminoso. Entre os jogadores que teriam recebido esta ‘bonificação’ está o zagueiro Paulo Sérgio, que atualmente veste a camisa do Operário Ferroviário.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), de Goiás, obteve o comprovante que mostra PIX de R$ 10 mil direcionado a conta com titularidade de Paulo Sérgio Marques Corrêa, defensor que atuava pelo Sampaio Corrêa naquela oportunidade.

O depósito partiu da BC Sports Management – empresa apontada como comandante do esquema de fraude. O envio do dinheiro ocorreu nas primeiras horas da tarde do dia 5 de novembro, data em que ocorreu as partidas da última rodada da Série B 2022. Os R$ 10 mil representariam um ‘sinal’ do ‘bônus’ que os atletas levariam pela manipulação.

Documento mostra depósitos de R$ 10 mil em contas do zagueiro Paulo Sérgio e de Gabriel Domingos, outro atleta citado no processo. Imagem: Reprodução

Os manipuladores pediam para que algum jogador do Sampaio Corrêa cometesse pênalti no primeiro tempo do jogo contra o Londrina. O pedido foi atendido. O lateral Mateusinho – citado no processo – fez penalidade sobre o adversário aos 19 minutos da primeira etapa. O lance só foi validado pela arbitragem após intervenção do VAR.

Paulo Sérgio, que recebeu o ‘sinal’ em conta, estava relacionado para a partida, mas ficou o tempo todo no banco de reservas.

O Imirante Esporte obteve a informação de que Paulo Sérgio, em interrogatório, negou participação no esquema. Disse que o pagamento poderia ter origem em jogos de pôquer e afirmou que não se recorda de participar de qualquer grupo para debater sobre apostas esportivas. O atual zagueiro do Operário reforçou que não participou da partida em questão.

Em contrapartida, o Ministério Público de Goiás obteve acesso a um grupo de Whatsapp formado pelos cinco jogadores que estavam vinculados ao Sampaio Corrêa. Nele, os atletas debatem sobre a cobrança do restante da ‘premiação’: R$ 140 mil. “Se dá errado, nossa vida tava um inferno!”, teria publicado Paulo Sérgio no grupo.

O problema é que os apostadores precisavam de pênaltis no primeiro tempo de três partidas daquela rodada. No jogo do Vila Nova, a penalidade não aconteceu e os apostadores teriam ficado com prejuízo de quase R$ 500 mil. Para pagar o combinado aos atletas do Sampaio – que teriam cumprido a parte deles, eles estariam cobrando dinheiro de um jogador do Vila Nova.

Jogadores denunciados

Além do defensor que está no Operário Ferroviário, foram citados Romário (ex-Vila Nova), Joseph (Tombense), Mateusinho (Cuiabá), Gabriel Domingos (Vila Nova), Allan Godói (Sampaio Corrêa), André Queixo (Ituano) e Ygor Catatau (Irã).

Paulo Sérgio e os demais vão responder por corrupção em competições esportivas – item que consta no Artigo 41-C do Estatuto do Torcedor. O texto menciona solicitação ou aceite, para si ou outrem, de vantagem ou promessa de vantagem patrimonial ou não patrimonial para qualquer ato ou omissão destinado a alterar ou falsear o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado.

A pena em caso de condenação varia de dois a seis anos de reclusão e multa. O prazo é de dez dias para apresentação de defesa.

Ontem (16), após a divulgação da denúncia, a reportagem do DCmais entrou em contato com a assessoria de imprensa do Operário questionando se haveria posicionamento sobre o caso. Até o momento não houve manifestação do clube de Ponta Grossa.

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