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Ponta Grossa tem espera de 45 dias para compra de tijolos

Diversas lojas estão em falta desse e outros produtos (Fábio Matavelli)

Os tijolos estão desaparecendo das lojas de materiais de construção em Ponta Grossa. O fenômeno já pode ser observado em estabelecimentos comerciais de pequeno, médio e grande porte. Ainda não há uma explicação clara para o que está motivando isso, mas os comerciantes têm suas teorias.

João Neto trabalha em uma distribuidora de materiais de construção na Nova Rússia, que tem o tijolo como produto principal. Há 35 anos atuando no mesmo ramo, ele diz que isso só pode ter relação com a pandemia.

“Eu nunca vendi tanto material de construção na minha vida. Nós não paramos mas, no início, todos [os fabricantes] ficaram parados bastante tempo. Quando o pessoal voltou havia reduzido o quadro de pessoal. Aí veio o inverno, que prejudicou na fabricação. O Governo Federal forneceu o auxílio emergencial, e quem ficava em casa resolvia fazer um puxadinho, um murinho”, descreve Neto.

Para ele, houve um aumento na demanda pelo produto, enquanto que a fabricação sofreu redução. O resultado é que os tijolos foram se tornando mais raros. “Se você comprar tijolo comigo agora, eu vou te entregar somente daqui a 45 ou 60 dias”, afirma Neto, que garante ter vendido 300 mil tijolos que ainda não chegaram à loja.

A reportagem do Diário dos Campos entrou em contato com outras lojas, que confirmaram situação parecida. Em uma grande rede, a espera para receber o material está em torno de 30 dias. Em outra loja, não é preciso nem perguntar, o cartaz no balcão já explica que não há tijolos para venda.

Outros produtos

A falta de tijolos já teria começado há pelo menos um mês, mas outros produtos também começam a se tornar mais escassos. É o caso de placas para forro de PVC, tubos e conexões, cerâmica para revestimento e ferro. Em busca de alternativas, os comerciantes estão buscando novos fornecedores, ou produtos similares de outras marcas ou modelos.

Olarias

A história relata que, no final do século XIX, Ponta Grossa viveu um período de intensa atividade no setor de construção civil. A situação fez com que ficasse difícil encontrar tijolos no comércio, e motivou o surgimento de diversas olarias na própria cidade. O Bairro de Olarias ganhou esse nome devido ao grande número de fábricas que na região se instalaram.

Preços

De acordo com a Associação Paranaense de Construtores, a escassez de produtos ocorre em vários municípios o Paraná. João dos Santos Silva, diretor de relacionamento com fornecedores da APC, revela que, com a falta, também ocorre a alta no preço dos insumos. “Ferro e cimento também foram afetados. O motivo poderia ser também a alta do dólar, mas o tijolo tem o barro como matéria-prima, então ainda não sabemos qual é a causa”, diz.

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