Por Millena Sartori/portal dcmais
Estruturar uma cadeia produtiva cooperativa e competitiva, provedora de soluções inovadoras e sustentáveis para a mobilidade. Este é o grande desafio do setor Automotivo e de Autopeças para os próximos dez anos, de acordo com a Rota Estratégica para o Futuro da Indústria Paranaense-2031, lançada nesta terça-feira (19) pelo Sistema Fiep.
De acordo com dados repassados à reportagem do jornal Diário dos Campos e portal dcmais pela gerente do Observatório Sistema Fiep, Marília de Souza, que coordenou o trabalho, na microrregião de Ponta Grossa há 36 empresas que compõem a cadeia automotiva e de autopeças, sendo 80% micro e pequenas e 20% médias e grandes.
“Não são muitas, mas são empresas que geram muitos postos de trabalho: apenas essas 36 concentram 2.065 empregos”, aponta a especialista. “A concentração de estabelecimentos hoje em Ponta Grossa e seu entorno faz do local um pequeno polo, e se somando à região metropolitana da capital, porque a distância não é muita, um centro de adensamento do setor automotivo no brasil. O Paraná, dependendo dos indicadores, está na segunda ou terceira posição da cadeia automotiva brasileira, então Ponta Grossa é relevante considerando esta posição dentro do Brasil”, avalia Marília.
Potencial
A proximidade territorial com a região metropolitana da capital, que concentra, apenas em Curitiba e São José dos Pinhais, mais de a metade (59,3%) de todas as empresas paranaenses do setor, é avaliada como um dos motivos para o alto potencial de Ponta Grossa.
“Acredito que existe a possibilidade de um adensamento do setor automotivo e de autopeças em Ponta Grossa e arredores por diversas razões. Uma delas é que Curitiba é uma cidade pequena e não comporta mais empresas grandes – então qualquer implantação que se interesse pela região metropolitana não ficaria na capital, mas sim nas cidades próximas”, exemplifica a gerente do Observatório Fiep.
Tendências
O estudo aponta como principais tendências que transformarão a cadeia do setor paranaense nos próximos anos, a eletrificação automotiva, a conectividade, a mobilidade compartilhada e a direção autônoma. A Rota Estratégica identifica caminhos que precisam ser percorridos, indicando ações de curto, médio e longo prazo, para vencer esses desafios.
As conclusões mais relevantes estão relacionadas a um amplo conjunto de oportunidades, bem como a barreiras que precisam ser superadas pelas empresas, com destaque para o entendimento da urgência do processo de transformação digital de todos os elos da cadeia, o crescimento do movimento de transição de modelos de produção linear para modelos em dinâmicas de economia circular e os avanços trazidos pela sociedade 5.0, que buscam o desenvolvimento de solução tecnológica com foco no bem estar do ser humano.