Produtores rurais do distrito rural Socavão, em Castro, voltaram a sofrer com casos de ameaças armadas e tentativas de grilagem que iniciaram há mais de um mês e acreditava-se que a situação tinha sido pacificada diante das decisões judiciais, inclusive em instâncias superiores. Mas quando se acreditava que a situação havia sido apaziguada, um produtor rural de 86 anos foi vítima de ameaças.
O Sindicato Rural de Castro de Castro reuniu associados e lideranças para debater o que descreve como “uma milícia armada que pretender grilar terras no Socavão”. Segundo a entidade, os homens já chegaram a ameaçar atear fogo em tratores e equipamentos dos produtores, dizendo estar a serviço dos verdadeiros proprietários das áreas, e exibindo documentos de procedência duvidosa.
A reunião organizada pelo sindicato foi realizada nesta semana e contou com a presença de agricultores do Socavão, lideranças políticas da cidade, polícia e poder judiciário. Estiveram presentes o prefeito de Castro, Álvaro Telles, o ex-prefeito Moacyr Fadel, o presidente da Câmara de Vereadores, Neto Fadel, o presidente do Sindicato Rural de Ponta Grossa, Gustavo Ribas Netto, o desembargador Fernando Prazeres, presidente da comissão de conflitos latifundiários do Tribunal de Justiça do Paraná e o tenente-coronel Ginotti, comandante do 1º BPM, além do presidente do Sindicato Rural de Castro, Eduardo Gomes.
Dimensões da área
A sede do distrito de Socavão fica a cerca de 40 km do centro de Castro. Desses, menos de 10 km são asfaltados; o restante é de terra, com intenso tráfego de caminhões. Lá moram aproximadamente 2 mil famílias e existem cerca de 700 produtores, que ocupam quase 28,2 mil hectares – mais de 10% da área do município. Os colonizadores chegaram na região há cerca de 100 anos e boa parte das propriedades, predominante pequenas e médias, ainda pertencem a descendentes.