Nesta quarta-feira (30), o secretário municipal de Saúde de Ponta Grossa, Rodrigo Manjabosco, afirmou que o Hospital Municipal Amadeu Puppi deve fechar, temporariamente, para reformas. Segundo a prefeitura, as reformas acontecerão no telhado, parte elétrica e hidráulica. Muito antigo, o hospital vem há tempos sofrendo por conta da estrutura precária.
Segundo o secretário, o Município notificou o Estado para que seja providenciada a absorção dos pacientes em outros hospitais credenciados pelo Estado. “A ala cirúrgica, que atendia a ortopedia e cirurgia geral já está sendo absorvida em outros hospitais e estamos em tratativas com o Estado para que os outros pacientes sejam transferidos para os hospitais conveniados para que a gente possa definitivamente fazer a interrupção da prestação do serviço”. Feito isso, aponta Manjabosco, a equipe de engenharia fará a análise da estrutura do prédio, tanto do telhado, quanto da laje e outros pontos que a prefeitura já havia identificado em relatório da Vigilância Sanitária – realizado em meados de março. Por conta da análise que ainda precisa ser feita, não é possível estimar quanto tempo o hospital terá que ficar fechado para reforma.
O processo de transferência dos serviços está sendo feito de forma gradativa, afirma Manjabosco, para que definitivamente seja feita a análise da estrutura do hospital e definido o que será feito. “60 dias é o prazo para que a transferência dos pacientes aconteça. Este é o prazo máximo, mas pode acontecer em menos tempo”, aponta.
Segundo o secretário, ao reformar o telhado, será necessário também mexer na parte elétrica do hospital, o que inviabiliza realizar o serviço com os pacientes no local, sendo necessária fazer a interrupção do atendimento.
Centro cirúrgico já estava interditado
O centro cirúrgico do hospital foi interditado ainda em meados de março por conta de problemas estruturais. De acordo com a prefeitura, o fechamento da ala partiu de uma decisão da gestão, com posterior avaliação da Vigilância Municipal por conta das chuvas registradas nos últimos dias e que causaram problemas no telhado da ala. Na ocasião, a prefeitura havia informado que estava providenciando a reforma do telhado e das estruturas afetadas. Segundo a prefeitura, o hospital realizava cirurgias ortopédicas de média complexidade e cirurgia geral o que totalizava, em média, seis cirurgias/dia.
“A partir dessa decisão, o Estado foi notificado para que providenciasse a absorção dos pacientes em outros hospitais credenciados. No caso da ala cirúrgica, que atendia ortopedia e cirurgia geral, este processo já está em andamento. Enquanto isso, a Prefeitura segue com tratativas com o Estado para que os demais pacientes sejam também atendidos nos hospitais conveniados com o Estado, como Santa Casa de Ponta Grossa, Hospital Bom Jesus, Cruz Vermelha, em Castro, e também unidades em Campo Largo”, informa.
Hospital Municipal é alvo de CEI
Problemas no funcionamento do Hospital Municipal e na UPA Santana, verificados em auditoria feita pela 3ª Regional de Saúde para apurar a transferência do serviço de Pronto Atendimento para a UPA, foram alvo da instauração de uma Comissão Especial de Investigação (CEI) na Câmara de Vereadores de PG. No total, a equipe de auditoria da 3ª Regional fez 21 constatações, que incluíam desde ausência de licença sanitária e alvará de localização e funcionamento do Hospital Municipal e UPA Santana; tomógrafo inoperante no hospital; estrutura do HM precária; ausência de desfibrilador e cardioversor no carrinho de emergência; entre outras.
Ao prestar depoimento à CEI, o secretário Rodrigo Manjabosco destacou que a secretaria já havia ajustado algumas situações apontadas na auditoria. Sobre a infraestrutura precária do hospital, ele informou, na ocasião, que era um desejo “aproveitar melhor a estrutura, fazer manutenção. Mas, o problema esbarra na viabilização de recursos para isso. Investir nisso, neste momento, significa que vai fazer falta em outras coisas”.
A CEI da Saúde está em andamento e tem até o dia 15 de maio para ser concluída.